Temas polêmicos, como a liberação das drogas, o celibato, o aborto e a disseminação da aids são tratados com muito humor no espetáculo teatral O Papa e a Bruxa, que volta a ser encenado neste final de semana, pelo grupo Parlapatões, no Teatro da Caixa, na capital.
O texto, inédito no Brasil, é do dramaturgo italiano Dario Fo (Nobel de Literatura em 1997) e tem direção de Hugo Possolo. A peça marca a maioridade dos Parlapatões, que estão completando 19 anos de criação. O grupo promete um espetáculo ao mesmo tempo ácido e engraçado.
“Embora trate de questões delicadas, o texto não é agressivo e não questiona a fé de ninguém. Questiona apenas a manipulação que as religiões fazem da fé das pessoas. Ele é muito popular e foi escrito por um italiano que vive em Milão, muito perto de Roma. Tivemos conhecimento da peça há quatro anos. Achamos que ela era muito atual e merecia uma montagem”, diz o ator Raul Barretto.
A encenação começa com o Papa no Vaticano, sofrendo de um problema de coluna. Após um médico não conseguir resolver a situação, uma freira se oferece para ajudar. O Papa aceita, mas percebe que a mulher é uma curandeira e a expulsa. Porém, como sua dor aumenta, resolve procurá-la novamente, à paisana.
O espetáculo conta com cenários de Hugo Possolo e Werner Schulz, figurinos de Telumi Hellen, trilha sonora de Paulo Soveral, iluminação de Reinaldo Thomaz e voz em off do ator Antônio Fagundes.
O elenco é composto, além de Raul Barretto, por Hugo Possolo, Carmo Murano, Henrique Stroeter, Fabek Capreri, Alexandre Bamba, Melina Anthis, Hélio Pottes, Adonis Comelato e Ronaldo Cahin.
Serviço
O Papa e a Bruxa. Hoje e amanhã, às 21h, e domingo, às 19h, no Teatro da Caixa (Rua Conselheiro Laurindo, 280, Centro). Ingressos: R$ 20,00. Não recomendado para menores de 14 anos.