David Gilmour decidiu encerrar o Pink Floyd, pelo menos, nove anos antes de anunciar que a banda havia chegado ao fim. Desde 2005, quando os quatro integrantes da formação clássica, ele, Nick Mason (bateria), Roger Waters (baixo) e Richard Wright (teclado), se juntaram pela última vez no palco, o vocalista e guitarrista já sabia que o grupo tinha chegado ao fim.
A última vez que os quatro haviam estado juntos, no mesmo palco, foi quando Waters ainda integrava a banda. Vinte e quatro anos depois, havia uma tensão entre os integrantes – afinal, o baixista insistia em processar o restante do quarteto para ter direito ao uso do nome Pink Floyd. Gilmour, em uma entrevista para jornalistas brasileiros e chilenos, prestes a se apresentar pela primeira vez em São Paulo, nesta sexta, 11, e sábado, 12, revelou que o show histórico da banda no Live 8 teve momentos incríveis no palco. Nos ensaios, o clima era outro.
“É verdade que aquela noite foi mesmo ótima. Havia muita alegria, felicidade, ao mesmo tempo, eu percebi que era um ciclo que estava meio que se fechando”, explicou Gilmour. “Os ensaios foram um pouco tensos em alguns momentos. É preciso entender, existia uma história muito dolorida entre nós. Discutimos sobre quais músicas deveriam tocar e precisei dizer ao Roger que ele era um convidado do Pink Floyd e eu era o responsável por escolher as canções.” Ele continua: “Você entende, são momentos de tensão como esses, essas coisas que eu não gostaria de repetir. Não conseguiria imaginar qual seria o grande interesse em voltar a trabalhar novamente com aquelas pessoas”.
Gilmour rebate a ideia de que seria tentador, financeiramente falando, um retorno oficial do Pink Floyd. “(Retorno financeiro) não era algo que eu estava procurando naquela fase da minha vida.”
Não foi o último encontro de Gilmour e Waters, contudo. O baixista participou de um show beneficente ao lado de Gilmour, com o objetivo de ajudar crianças palestinas. O guitarrista sugeriu que eles tocassem To Know Him is to Love Him, composta por Phil Spector e gravada pelo Teddy Bears. “Roger me disse que essa música era muito fora da zona de conforto dele”, contou Gilmour. Para convencer o ex-companheiro de banda, o guitarrista sugeriu participar de algum show da turnê dele. A participação, também histórica, ocorreu em 2011, numa gigantesca apresentação no O2. “To Know Him is to Love Him era uma música que a gente tocava nas passagens de som do Pink Floyd”, justificou Gilmour. “Quando contei essa história para Polly, ela disse que seria, no mínimo, engraçado ver a gente cantando esses versos um para o outro”, completou. Na O2, Gilmour surgiu surpreendentemente durante o clássico Comfortably Numb. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.