São Paulo – A obra do artista italiano Salvatore Emblema nunca foi exposta no Brasil. Apesar de ele ser um dos grandes nomes de seu país e de o grande historiador de arte Giulio Carlo Argan ter escrito algumas críticas sobre seu trabalho – como conta o curador Fábio Magalhães -, aqui não temos muita idéia sobre sua produção. Mas, agora, como parte do projeto Arte Italiana no Mundo, o Instituto Italiano di Cultura e o Ministério das Relações Exteriores da Itália apresentam em São Paulo a mostra Colore e Transparenza, que reúne 64 pinturas e 8 esculturas de Emblema. A exposição está abrigada no espaço do Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC) no Parque do Ibirapuera, no prédio da Bienal.
Nascido em Terzigno, nas proximidades do Vulcão Vesúvio – segundo Magalhães, Terzigno, perto de Nápoles, quer dizer ?três vezes queimada? -, Emblema tem uma curiosa história: conviveu com uma geração importante do expressionismo abstrato americano na década de 50. ?Ele ganhou uma bolsa da Fundação Rockefeller e em Nova York conviveu com Mark Rothko e Pollock; não somente ia aos ateliês desses artistas como manteve amizade com eles. Lá também conheceu Argan, que foi uma influência crítica quando Emblema começou a usar o suporte da tela como mais um elemento de seus quadros?, explica Magalhães, que assina a curadoria dessa exposição com o italiano Vittorio Sgarbi.
Como indica o título da mostra, a grande característica da produção de Emblema é a transparência conseguida por meio de jogos de cores e do uso do próprio suporte, a tela.