O patologista Garret Quirke recebe um estranho recado: um antigo colega, Billy Hunt, que o despreza nos tempos de escola, pede para conversar, pois tem um pedido urgente e delicado. A mulher de Hunt fora encontrada morta e, antes da chegada da polícia, ele gostaria que Quirke impedisse que a mulher fosse desmembrada. É dessa forma misteriosa que começa o romance O Cisne de Prata (Rocco), segundo policial publicado no Brasil do escritor irlandês Benjamin Black.
O livro anterior, O Pecado de Christine, que apresenta aos leitores o trabalho de Quirke, também já foi editado por aqui e outros já preparados pelo autor estão a caminho. Mas, tão misteriosa como sua trama é o próprio Black. Isso porque, quem for bater à sua porta, encontrará John Banville, um dos mais prestigiados escritores da atualidade, ganhador do Booker Prize (principal prêmio literário da comunidade anglo-saxônica) por O Mar, lançado no Brasil pela Nova Fronteira.
Admirador de policiais, Banville decidiu esculpir uma persona própria para dar vazão às suas tramas recheadas de assassinato, doses sutis de erotismo e, principalmente, um ponto que lhe torna peculiar, minuciosas descrições da sociedade irlandesa dos anos 1950, época em que ambienta suas histórias.
Quando escreve policiais, Banville/Black preocupa-se com a ação. Em outros casos, uma das principais atenções está na construção do estilo – John Banville trabalha a linguagem como um grande estilista. É o que mostra em O Mar, romance sobre o modo de crescer e de envelhecer, como bem definiu o jornal inglês The Times. Já John Sutherland, presidente do júri do Booker Prize daquele ano de 2005, classificou-o como um estudo sobre a “dor, a memória e o amor”. Também há quem o veja como um “escritor de escritores”, pelo modo como se apropria das vozes e com elas reelabora a linguagem.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.