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O caminho da intimidade por linhas tortuosas

O sul-coreano Hong Song-soo é um artista da intimidade. Por isso, há gente que o considera o “Eric Rohmer” oriental. Alusão ao diretor da nouvelle vague, mestre do diálogo sutil. Em especial quando os interlocutores são um homem e uma mulher com interesse recíproco.

Como seu mestre francês, Song-soo também não teme as cenas longas e faladas. Uma delas, aliás, pode ser vista como ponto alto de O Dia Depois. Areun (Kim Min-Hee) vai para o seu primeiro dia de emprego em uma pequena editora.

Sai para almoçar com o chefe, Bongwan (Hae-hyo Kwon) e, no restaurante, tomam uns tragos. Rola certa intimidade e a conversa ganha contornos inesperados. Em especial porque Bongwan é casado e havia brigado com a mulher de manhã. Os enquadramentos são elegantes e precisos. Os diálogos, tortuosos, acabam por levar os personagens ao fundo de si mesmos. Como se sabe, o caminho para a subjetividade nunca é uma linha reta.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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