Adorado por muitos, odiado em menor escala, Bloco do Eu Sozinho chegou criando polêmica: não se parece em nada com o que se esperava do Los Hermanos e por isso mesmo gerou tanto problema. “Será que é permitido a uma banda o direito de controlar o seu guidon? Será que é possível fazer música sem pensar em cifras? Nós não queremos dominar o mercado, nem o segmento. Nós não fazemos parte desses segmentos. Nós fazemos músicas. Boas, ruins, felizes, tristes, ingênuas, apaixonadas, inocentes, decepcionadas”.
Para mostrar este seu novo disco, a banda carioca (Marcelo Camelo, Rodrigo Barba, Bruno Medina, Amarante, além dos músicos de apoio) está no Paraná. E a Anna Júlia vem junto.
Contam os músicos que o nome do disco remete a um folião que, no começo do século XX, saía fantasiado no carnaval de rua do Rio durante muito tempo, com um estandarte que dizia Bloco do Eu Sozinho. E ele bem representa a filosofia dos trabalhos de Los Hermanos: uma mistura de auto-suficiência com melancolia.
O Bloco é um disco experimental? “A idéia é sempre a de divertir. O resto é conseqüência disso. Se divertir, pra nós, é fazer alguma coisa nova. É poder se arriscar. É assumir a renovação como um dom da nossa profissão, quase uma necessidade”, diz Marcelo Camelo.