Sabem aquela velha máxima que diz “menos é mais”? Bem que o diretor norte-americano Michael Bay (Bad Boys, Pearl Harbor) poderia ter se lembrado disso na hora de conceber o filme Transformers: A vingança dos derrotados, novo blockbuster dos incríveis autômatos alienígenas baseado em um brinquedo da empresa Hasbro, muito popular na década de 80.
Com um orçamento de US$ 200 milhões (US$ 50 milhões a mais do que o primeiro filme), o diretor tratou de caprichar ainda mais na produção visual e colocou em cena 46 robôs, contra 14 do primeiro filme.
Pena que parte dessa volumosa quantia não foi gasta para conceber um roteiro mais aceitável, pois ao longo dos 147 minutos de projeção (que ficariam mais interessante se retirassem uns 30 minutos) acontecem situações no mínimo absurdas, mesmo se tratando de Michael Bay, como, por exemplo, a intervenção das forças armadas norte-americanas em pleno solo chinês. Nem fazendo muito esforço dá para ignorar um acontecimento como esse.
Apesar do roteiro deixar a desejar, o grande problema por trás de Transformers reside mesmo em Michael Bay. Em quase todas as cenas, ele teima em fazer uma situação de clímax, quando poderia perfeitamente deixar isso apenas para o final.
Além disso, o excessivo uso da câmera lenta (arrisco a dizer que esse é o longa com o maior número desse artifício por fotograma da história do cinema) é mais do que proibitivo, pois cansa ver esse recurso sendo utilizado a cada cinco minutos.
Mesmo nesse mar revolto, ainda restam boas coisas para conferir em Transformers. As perseguições, os combates e os efeitos especiais são de encher os olhos de quem aprecia um longa transbordando testosterona.
O casal de protagonistas, Shia LaBeouf (Sam) e a beldade Megan Fox (Mikaela) possuem uma química legal em cena. Ainda que LaBeouf tenha mais desenvoltura do que Fox, que melhorou em relação ao primeiro longa, nota-se que existe uma grande diferença quanto ao talento dos atores.
O duelo entre os bondosos Autobots contra o os malignos Decepticons, vão fazer a alegria da garotada, em especial o duelo entre o Autobot Optimus Prime contra o Decepticon Megatron. Pena que uma ideia boa tenha caído em mãos de um diretor um tanto quanto ineficaz.