Parece competição de quem vai exibir o maior número de filmes. Mas como se trata de dois dos mais importantes eventos de cinema do País, a rivalidade entre Rio e São Paulo fica de lado. Melhor (ou pior, dependendo do ponto de vista) para os espectadores que terão, a partir de sexta-feira, 329 longas, curtas e médias-metragens de 66 países diferentes disponíveis, para assistir na 28.ª Mostra BR de Cinema, contra as 320 produções de 90 nacionalidades exibidas no Festival do Rio 2004.

Comparações à parte, os dois festivais primam não só pela quantidade mas também pelas novidades e pela variedade nas telas. Até o dia 4 de novembro, serão 19 salas de cinema exibindo retrospectivas, clássicos restaurados, longas e curtas já vistos em outros festivais nacionais e cheirando a novíssimos para os paulistas e, claro, filmes inéditos.

Entre eles, o mais novo trabalho do cineasta Wim Wenders, Terra da fartura (Land of plenty), que abre o evento para convidados nesta quinta-feira, no Cine Ipiranga, e terá mais quatro sessões para o público. O filme faz mais uma vez um retrato dos EUA, obsessão temática do diretor alemão. Muito bem recebido no último Festival de Veneza, o longa – que nem tem data para estrear no circuito americano – mostra o país após os atentados de 11 de setembro de 2001 e suas paranóias.

A Mostra de São Paulo, que ainda carrega no nome o BR pelo fato da distribuidora ainda ser a maior patrocinadora do evento, está orçada em R$ 4,3 milhões. Com uma boa verba no bolso, o evento paulista saiu na frente do evento carioca e está trazendo nomes de peso do cinema internacional. Dois deles estão ganhando retrospectiva no festival: são o israelense Amos Gitai e o iraniano Abbas Kiarostami, os convidados de honra dessa 28.ª edição.

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