O valor intelectual de Karl Marx – considerado um dos mais importantes teóricos do socialismo – é inegável. As ideias do alemão buscaram compreender o mundo moderno e suas rápidas transformações no século 19, momento em que a Revolução Industrial eclodia.
‘O Manifesto Comunista’, escrito com Friedrich Engels em 1848, e, posteriormente, ‘O Capital’, de 1867, influenciaram as lutas do proletariado em todo o mundo – da Revolução Russa à Revolução Cubana.
Apesar disso, pouco se sabe, ou se fala, sobre a juventude do filósofo. Com direção de Raoul Peck, O Jovem Marx vem, justamente, preencher essa lacuna.
O filme parte do exílio de Marx (August Diehl) em Paris, onde trabalhou como jornalista e teve de enfrentar sérios problemas financeiros.
É lá que, em 1844, ele se encontra com Engels (Stefan Konarske), filho de um industrial alemão, mas dedicado à pesquisa sobre as condições de vida dos operários nas fábricas de Manchester, no norte da Inglaterra.
Apesar de improvável – devido às diferenças sociais -, a amizade entre eles durou até a morte de Marx. É Engels, aliás, quem apresenta os primeiros conceitos econômicos a Karl, leigo no assunto até então.
Em algumas situações, Raoul exagera no didatismo. Mas o longa representa bem os fatos e, principalmente, os encontros que mudariam o pensamento contemporâneo. Prato cheio para quem gosta de história.