Estreia hoje nos cinemas do Brasil W., novo filme de Oliver Stone, que ganhou no País o subtítulo Bye-Bye Bush. O filme mostra os anos de George W. Bush, interpretado pelo ator Josh Brolin, na presidência dos Estados Unidos, em tom caricatural, sem se aprofundar demais na questão política. Alguns atores são tão parecidos com os personagens públicos que interpretam – a maquiagem ajuda – que você fica até tentado a confundir a cópia com o original. A atriz Thandie Newton ficou igual à ex-secretária Condoleezza Rice; Jeffrey Wright interpreta Colin Powell; James Cromwell faz o papel de Bush pai e Ellen Burstyn vive a matriarca Barbara Bush.
Com W. Stone, o diretor mais polêmico de Hollywood, fecha sua segunda trilogia. Após a do Vietnã, formada por Platoon, Nascido em 4 de Julho e Céu e Terra, Stone conclui a dos presidentes. Começou com John F. Kennedy, mesmo que JFK, A Pergunta Que não Quer Calar tome como âncora o procurador Jim Garrison, de New Orleans, com sua investigação ‘independente’ sobre o assassinato em Dallas.
A morte de Kennedy é também, metaforicamente, a da democracia na ‘América’. Vieram depois os presidentes da crise – Nixon, com seu envolvimento no escândalo de Watergate, e W., ou melhor, George W. Bush, que chegou à Presidência dos EUA para provar que o cargo mais importante do mundo pode ser exercido com amadorismo.
Bush Jr., filho de presidente – George Bush -, carrega o ônus da prova de ser um dos presidentes mais criticados e mal-amados da história. Durante os oito anos em que ele esteve na Casa Branca, os EUA, acossados pelos ataques de 2001, estiveram ameaçados de perder seu senso de moral – que o atual ocupante do Salão Oval, Barack Obama, quer recuperar levando a julgamento a política antiterror de seu predecessor.
O autor já definiu George W. Bush como um personagem de tragicomédia. Mais divã para Bush. O filme mostra que ele se interessa mais por esportes do que por política, queria ser atleta, ter um time. Com o desejo vetado pelo pai, foi ser presidente. Mas existe o afeto da mulher, Laura, pelo marido. O grande embate é edipiano, no Salão Oval, transformado em arena em que George Bush e George W., pai e filho, se enfrentam. Stone busca decifrar o enigma Bush.