O novo filme de Harrison Ford, em que interpreta um comandante “malvado” de um submarino nuclear russo, estreou nos Estados Unidos e foi muito mal recebido pela crítica.
O thriller, chamado “K-19: The widowmaker” e dirigido por Kathryn Bigelow, utiliza todos os clichês próprios do gênero. O filme narra a história do submarino russo K-19, o primeiro com mísseis nucleares, lançado pelo Kremlin em 1961 apesar de ainda não estar terminado, para responder ao menos na propaganda ao Polaris americano.
O comandante “bom”, interpretado por Liam Neeson, tenta convencer seus superiores de que a embarcação ainda não está pronta, motivo que o faz ser substituído pelo “mau” Ford, que obriga a tripulação a realizar simulações arriscadas e inúteis.
O fato de que o herói americano Ford interprete um comandante russo é um certificado do fim da Guerra Fria, comentaram alguns críticos, além de deplorar o inverossímil inglês com sotaque russo utilizado pelo astro em seu papel.
A história tem seu momento heróico quando um grupo de marinheiros russos aceita sacrificar-se entrando em um compartimento nuclear para tentar reparar uma avaria, por temor que uma explosão do submarino gere uma guerra entre a então União Soviética e os Estados Unidos.
O filme trata de um episódio real, apesar de os sobreviventes do K-19 terem protestado, afirmando sentir-se difamados porque no filme são mostrados como “um bando de incompetentes e bêbados indisciplinados”.
A tensão entre o duro Ford e o mais humano Neeson (que permanece a bordo para proteger a tripulação) é a base do filme, mas a fragilidade do roteiro não permite um desenvolvimento satisfatório da relação entre ambos.
“Temos duas possibilidades: fazer as coisas bem ou afundarmos”, diz o “mau” Ford à tripulação. Para os críticos americanos, porém, a resposta é evidente: o filme está destinado a afundar.