Chamado de produção de “grife”, por contar com gente de peso como Fernando Meirelles na direção, Peter Morgan assinando o roteiro e os atores Jude Law e Anthony Hopkins, o longa “360” não conseguiu agradar o público nos Estados Unidos, amargando uma pífia bilheteria de U$ 26 mil, ou seja, R$ 52 mil. Comparada aos U$ 40 milhões obtidos pelo novo filme da franquia do homem-morcego, a arrecadação do brasileiro é troco.

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Inicialmente veiculado pelo sistema “vídeo on demamd”, que priorizava a comercialização em hotéis, “360” se prepara para chegar às telonas brasileiras carregando a pecha de azarado. Depois da estreia conturbada no Festival de Toronto, onde defeitos técnicos arruinaram a exibição e atraíram a ira de uma jornalista do “Guardian”, Meirelles esperava usar de seu prestígio à frente de “Cidade de Deus” (2002), “O Jardineiro fiel” (2005) e “Ensaio sobre a cegueira” (2008) para arrebatar o público e também a crítica no Brasil.

Urucubaca

No entanto, quando chegou a Gramado, o longa também apresentou problemas. Como se não bastasse atrasar em 10 minutos o início da exibição, Fernando Meirelles ficou irritado com a diferença na fotografia que, para ele, estava “lavada”, bem diferente da planejada e finalizada com Adriano Goldman.

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A banda que tocava próxima à sala de projeção parecia fazer parte da trilha sonora de “360”, o que gerou a fúria de Meirelles. As cenas mais importantes da produção receberam o fundo musical de “Another brick in the wall”, tirando o clima do momento. O que, talvez, tenha consolado Meirelles seja o fato de que ele não foi o único a sofrer com a precariedade do Festival de Gramado que completa 40 anos e passa por uma grave crise.

Urucubacas à parte, “360” vale a pena pela produção e pelo time de primeira linha que atua, literalmente, em todas as áreas do filme. As locações variadas, passando por Veneza, Paris, Rio de Janeiro e outras cidades, dão dinamismo à produção, inspirada na peça “La Ronde”, de Arthur Schnitzler.

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