Nos dias em que o calor promete atacar, como é típico no mês de janeiro, uma solução pode ser trancar-se em uma sala de cinema e ver a neve cair. Mesmo que seja só na tela. De olho no termômetro com a temperatura elevada e as crianças em casa com uma energia que parece não acabar durante as férias, a Disney lança na sexta-feira, 03, Frozen: Uma Aventura Congelante, sua nova animação que mistura uma história de magia com um imbróglio familiar.
A trama começa com uma brincadeira entre as irmãs Elsa e Anna, no palácio em que vivem, no fictício reino de Arendelle. A primeira tem o poder materializar neve. Sem querer, ela acaba congelando a caçula. Preocupado, o rei leva Anna para ser socorrida por seres estranhos da floresta. O líder deles a cura e propõe que o incidente seja apagado da memória da pequena princesa.
Os pais mantém Elsa presa em seu quarto para que ela não faça outras vítimas. Sem entender a situação, Anna cresce tentando reestabelecer o contato com a irmã, que não abre a porta. Com o passar dos anos, a loira precisa assumir o posto de rainha.
Entretanto, durante festa da coroação, Elsa se descontrola e mostra publicamente seus poderes, criando um rebu na cidade e transformando o ensolarado verão em um inverno sem fim. Assustada com o que causou, Elsa foge para a floresta e se isola em um castelo de gelo. Preocupada com a irmã, Anna parte em uma aventura para reencontrar a rainha e tentar desfazer a magia.
Segundo os dois diretores do filme, o drama, repleto de números musicais, também vai prender a atenção dos pais. “Nosso objetivo é sempre fazer um filme para todo mundo e trabalhamos pesado nisso. Cada cena tem muitas camadas, em que as crianças podem se divertir e os pais também, em outro nível”, defende Chris Buck. O norte-americano já participou de uma dezena de animações infantis, entre elas, Pocahontas (1995) e Tarzan (1999), que dirigiu.
“As crianças apreendem a parte de amor e medo. Os pais veem as relações de família, a complexidade da relação das irmãs. Você vê os adultos relembrarem brigas de família. Sempre tentamos fazer os adultos conectarem as histórias com suas vidas”, disse Jennifer Lee ao jornal O Estado de S.Paulo, por telefone. Coautora do roteiro, ela faz sua estreia na direção em Frozen.
Outro atrativo é a participação de Fabio Porchat no longa. O colunista do Caderno 2, do jornal O Estado de S.Paulo foi recrutado para dar voz a Olaf, um boneco de neve, que na versão original foi dublado pelo ator Josh Gad, visto recentemente nos cinemas em Jobs. A criatura feita de gelo se torna um dos companheiros de jornada de Anna.
Em sua primeira dublagem, ele garante não estar decepcionado por não ter sido convidado a interpretar o príncipe da história. “Eu nunca quis ser o príncipe. Sempre quis ser o vilão ou engraçado. O príncipe é sempre meio bundão, não acontece nada com ele. Nesse caso, eu sou o alívio cômico do filme, pois o Olaf cumpre essa função”, analisa ele, que não tem um bom histórico na função de galã de contos de fada.
No início da carreira de ator, Porchat trabalhou em peças infantis e até distribuiu filipetas usando o figurino de cena. “Já fiquei fantasiado de Fera, já fui o Simba (de O Rei Leão). Para você ver que triste. Eu me lembro que, de Fera, eu tirava a máscara e me transformava em príncipe. Eu me lembro que uma criança gritou: ‘Nossa, ele é mais bonito de Fera’.”
Assim como resto da equipe, composta por dubladores experientes, o humorista precisou cantar. “Deu tudo certo?”, questiona ele, que conversou com a reportagem antes de assistir ao filme com sua voz. “Eu já tinha cantado em escola de teatro e no chuveiro. Adoro cantar, mas não profissionalmente. Eu tinha diretor musical lá. Mais importante que cantar bem é a voz entrar na métrica certa”, conta Porchat, que não desafina em cena. Ele diz não termer piadas dos colegas do Porta dos Fundos. “Ainda vão me zoar. É bom que fico preparado. Mas como é filme infantil, acho que ninguém zoa.”