O Teatro Novelas Curitibanas volta a abrigar espetáculos do Festival de Teatro de Curitiba. O espaço, que foi palco de diversas peças em várias edições, esteve fechado durante sete anos. Depois de totalmente reformado, uma obra de R$ 520 mil – financiada pelo Programa de Recuperação dos Espaços Culturais -, o Novelas foi reaberto em setembro de 2006. Agora, ao receber a programação do Festival, reafirma sua importância histórica na arte teatral da cidade, para a classe artística e para o público.

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Em seu retorno ao evento, o espaço abriga a Mostra Novelas Curitibanas, que tem o objetivo de apresentar e debater novas abordagens nas artes cênicas. A Mostra reúne os grupos Studio Stanislavski, Nonada Companhia de Arte, Companhia Teatral do Movimento e o Grupo Alice 118, que têm como meta pesquisar e desenvolver linguagens próprias em seus espetáculos.

A peça "Sacrifício de Andrei", (22 a 24 de março) do Studio Stanislavski, também explora novos caminhos no gênero dramático. Nela, uma família burguesa sueca comemora o aniversário de seu patriarca, enquanto na televisão anuncia-se uma catástrofe nuclear. Baseada no roteiro do filme "O Sacrifício", do cineasta russo Andrei Tarkovski, a peça utiliza projeções da obra cinematográfica sobre o corpo dos atores.

A Nonada Companhia de Arte leva ao palco a peça "Marat ou A Hora em que Perdemos a Cabeça" (26 a 28 de março), que aborda os terríveis acontecimentos da Revolução Francesa. O drama apresenta a morte do líder popular da época, Jean Paul Marat, e utiliza trechos extraídos de documentos históricos. Os personagens da peça são internos de um hospital psiquiátrico, que encenam personalidades reais da revolução.

A peça "Animal do Tempo" (30 e 31 de março) será apresentada pela Companhia Teatral do Movimento e o Grupo Alice 118. O espetáculo é a representação da primeira parte do texto "Discurso aos Animais", do autor contemporâneo francês Valère Novarina, que em seus textos procura extirpar qualquer representação comum e repetida do homem. No texto representado, o personagem que sobe ao palco constrói a cena pela fala e reinventa, assim, a linguagem cênica.

Em todas as peças a pluralidade de sentidos é explorada, o que estimula a produção de novas e renovadas maneiras de se fazer teatro. Outro estímulo à renovação serão os debates com representantes de cada companhia, que serão realizados após os espetáculos. A medição dos debates, que estão marcados para os dias 23, 27 e 30 de março, será feira pela doutora em lingüística Gláucia da Silva Brito.

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