Após 15 anos no ar lançando new faces e, recentemente, enfrentando uma crise de audiência (dos antigos 25 pontos, a audiência caiu para, em média, 20), o seriado adolescente “Malhação” estreia hoje uma nova temporada, totalmente reformulado. Pelo menos, essa é a promessa do autor Emanuel Jacobina. “Vamos ter jovens menos burgueses e uma história mais real”, diz. Responsável pela criação do seriado, em 1995, ao lado de Andréa Maltarolli, Emanuel escalou um elenco ‘mais maduro’, com 17 adultos no elenco de 35 atores, e convidou o músico MV Bill para estrear como ator na TV. Figura, segundo ele, que fala para diferentes classes sociais e que será de extrema importância.
Afinal, o rapper é autor, ao lado de Celso Athayde, do livro e documentário “Falcão – Meninos do Tráfico” (1998-2006), que narra a vida de 17 adolescentes, moradores de uma favela do Rio e vítimas do tráfico de drogas. Ainda no currículo, MV Bill tem o título de fundador da Central Única de Favelas, a Cufa, que desenvolve atividades educativas em favelas cariocas. “Ele tem um trabalho social muito representativo e isso traz credibilidade para o programa”, diz o diretor do folhetim, Ricardo Waddington. Na Globo, além de Ricardo ter dirigido obras com “Tieta” (1989), fez sucesso recente na direção de “A Favorita” (2008).
Nessa temporada, a intenção do autor é tirar a máscara de burguês da atração que, até o capítulo de sexta-feira, tinha o jovem Fiuk, filho de Fábio Jr. e vocalista da banda Hori, como protagonista. “Quem sabe conseguimos subir uns cinco pontos no Ibope, ampliando nosso público”, diz Jacobina. É nesse ponto que entra MV Bill. O músico é apontado como peça fundamental para aumentar a audiência. Não por acaso, ocupa um posto de destaque na trama, o de par romântico de Tereza, personagem de Helena Ranaldi, dona do colégio Primeira Opção. O músico vai interpretar o personagem Antônio – viúvo e pai da adolescente Júlia (Dandara de Morais), que engravida no início da trama.
O protagonista da nova fase de “Malhação” é o ator Bruno Gissoni, de 23 anos, que vive o jovem Pedro, morador da periferia que se vira como DJ para ajudar na renda de casa. “A maior parte dos personagens ajudam no orçamento familiar, estudam e pegam ônibus”, explica o autor. Já a mocinha Catarina, vivida pela também novata Daniela Carvalho, é responsável por um dos novos ambientes: a casa de show Caldeira. Catarina é uma garota rica. Pedro é trabalhador. Os dois, claro, não se bicam e no futuro se apaixonam. As informações são do Jornal da Tarde.