Volta e meia Hollywood é invadida por ondas de filmes de mesmo gênero ou mesma intenção (leia-se lucrativa), que estréiam juntinhos. São praticamente inevitáveis as matérias na imprensa do tipo "série de remakes invade os cinemas" ou "público vê enxurrada de seqüências nas telas"… Pois aqui está mais uma notícia de invasão, dessa vez dos "biopics" – abreviação de biography pictures ou filmes biográficos.
A diferença é que, desta vez, todos os filmes da nova onda se tornaram fortes candidatos a alguma categoria do Oscar de 2005. Isso mesmo, já estamos falando do maior prêmio de cinema do mundo que só acontece em março do ano que vem, mas a indústria já vem fazendo suas apostas. A quantidade de dramas biográficos pode levar um grande número de atores à disputa, por interpretar gente da vida real.
Um deles é Kevin Kline, que se transformou no músico americano Cole Porter para o cinema. O ator estrela De- lovely – Vida e amores de Cole Porter, já em cartaz nos Estados Unidos e que chega ao Brasil em dezembro. Alguns brasileiros já tiveram a oportunidade de ver o retrato musical de um dos maiores compositores do mundo, durante o Festival do Rio, e terão agora, com a 28.ª Mostra BR de Cinema – Mostra Internacional de São Paulo, que começa esta sexta-feira.
Fontes ligadas à indústria cinematográfica também já dão como certa a indicação de Jamie Foxx para o prêmio de melhor ator, por sua interpretação do falecido músico Ray Charles, no filme Ray, que estréia sexta-feira, nos Estados Unidos. Foi o músico, inclusive, que deu permissão a Jamie Foxx para o papel. O ator, que foi visto recentemente em Colateral, ao lado de Tom Cruise, fez um trabalho e tanto de construção do personagem: usou uma prótese durante um mês para imitar a cegueira, perdeu vários quilos, aprendeu a fazer movimentos de lábio, para fingir que estava cantando, e mergulhou fundo na música do ícone, falecido em junho, aos 73 anos.
O veterano do Oscar Kevin Spacey (por Os sete suspeitos e Beleza americana) também pode estar na disputa por sua atuação em Beyond the sea (ainda sem título em português), biografia do falecido cantor pop Bobby Darin, também dirigido por ele. Já Johnny Depp, que já fora indicado várias vezes ao Oscar sem nunca levar, é candidato mais uma vez por seu papel como o criador do Peter Pan.
Alexandre – um biopic de Alexandre, o Grande, com o ator irlandês Colin Farrell e dirigido por Oliver Stone – pode também disputar o Oscar de melhor filme. É um dos mais esperados em todos os tempos. A grande produção marca a volta do diretor aos cinemas, desde Um domingo qualquer, de 1997. E, segundo se diz em Hollywood, no projeto mais ambicioso e caro de sua carreira de diretor.