A Escola de Dança Teatro Guaíra estréia hoje a montagem Alice no Brasil das Maravilhas, com roteiro de Débora de Lara e Orlando Conceição. Baseada no livro Aventuras de Alice no País das Maravilhas, do escritor inglês Lewis Carroll, a história desta Alice está ligada às questões do Brasil atual. O espetáculo será apresentado por 340 alunos da EDTG, com idades entre 5 e 25 anos, dos cursos profissionalizante, livre e iniciação ao balé. As apresentações seguem até o dia 26.
A montagem foi criada a partir de pesquisas, sobre os motivos do sentimento de orgulho e de vergonha em ser brasileiro, feita, com alunos, pais, professores e funcionários da escola. A coreografia coloca as maravilhas e os problemas sócio-econômicos do Brasil como elementos para a representação das relações políticas, sociais e econômicas do país.
Segundo a diretora do espetáculo, Débora de Lara, Alice no Brasil das Maravilhas pretende tratar de problemas cotidianos, sensibilizando não apenas pela identificação, mas principalmente pela difusão, através dos alunos, da necessidade de evolução comum a todos os segmentos da sociedade. “Queremos resgatar em cada indivíduo o desejo de crescer e de se transformar”, disse. O espetáculo tem como coreógrafas Cinthia Andrade, Débora de Lara, Gisele Pacheco, Marila Vellozo e Patrícia Otto.
Parceiros
O espetáculo conta com a habilidade da bonequeira Tadica Veiga, que trabalha com crianças carentes, em São José dos Pinhais. Ela confeccionou os adereços e os bonecos gigantes, em forma de mochilas, que os bailarinos levam nas costas. Os adereços, como o chapéu do Chapeleiro Maluco, o bule e as xícaras, aparecem no II ato.
O músico Helinho Santana, coordenador da ONG Cores da Rua, grupo de percussão formado por meninos e meninas carentes da periferia de Curitiba, participa da montagem.
A criatividade das estilistas Fabianna Pescara e Renata Skrobot está presente nos 50 figurinos criados para o espetáculo. Foram utilizados três mil metros quadrados de tecidos, que vestiram, tanto os personagens originais da história, como Alice, o Gato, Rainha de Copas, quanto as delicadas borboletas, flamingos, ouriços e outros.
A concepção dos cenários é de Cristine Conde, que trouxe o non-sense de Alice para o Brasil de hoje, usando a linguagem de desenho animado. Figuras recortadas em madeira entram e saem de cena o tempo todo e, em alguns momentos, são manipulados pelos próprios bailarinos.
As músicas são de Heitor Villa Lobos, Seu Jorge Gabriel Moura Wallace Jefferson Jovi Joviano, Alberto Ginastera, Luiz Gonzaga e Hervê Cordovil, Egberto Gismonti, Paulinho Nogueira, Raul Seixas, Antônio Pinto Ed Côrtes, Pio Lobato, Sergio Beto Paulo e Helinho Santana. O balé Alice no Brasil das Maravilhas tem dois atos e seis cenas.
Serviço – Alice no Brasil das Maravilhas. Teatro Guaira), estréia hoje, para convidados. Dias 22 e 23 de outubro, às 20h30; dia 24 às 18 horas. Dias 25 e 26 às 9h30 e 14h30; convites destinados às escolas públicas.