A Galeria Claudia Andujar, que foi inaugurada com pajelança (dez ianomâmis estiveram presentes na celebração) e a realização de seminário com a participação dos líderes indígenas Davi Kopenawa e Ailton Krenak, marca também a experimentação de novo modelo de gestão em Inhotim, diz seu diretor executivo, Antonio Grassi. Pela primeira vez, um pavilhão do instituto contou com patrocinador para sua construção – no caso, o Santander, que custeou cerca de R$ 2 milhões (ou 15%) dos R$ 12 milhões consumidos pelo projeto.

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“Além da crise geral em torno de patrocinadores, também nos afeta a questão do minério. A Vale, que é nossa patrocinadora master, tem diminuído a cada ano sua possibilidade de patrocínio”, explica Grassi. A empresa é uma das proprietárias da mineradora Samarco, responsável pelo recente rompimento de barragem em Mariana, causador de um dos maiores desastres ambientais da história do País.

A grande galeria dedicada à obra da fotógrafa Claudia Andujar, projeto que levou cinco anos de realização, é o 19.ª pavilhão permanente de Inhotim, que completará 10 anos em 2016. Como conta Grassi, o Santander entrou como patrocinador para a finalização da construção do espaço. Mais ainda, 25 patronos contribuíram, cada um, com R$ 25 mil – e receberam em contrapartida um múltiplo com três imagens da artista.

Como diz o diretor, a experiência já mostrou que, além da construção, é necessário também pensar na manutenção dos pavilhões – já estão previstas, por exemplo, galerias para os artistas Ernesto Neto e Anish Kapoor, que doaram obras em comodato, conta. “Criar um formato que procura sustentabilidade é uma meta difícil. As instituições no mundo inteiro não são autossustentáveis.” Segundo ele, o empresário Bernardo Paz, criador do centro de arte contemporânea que conta 1,3 mil obras em seu acervo, participa hoje com cerca de 20% do orçamento do instituto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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