No tom da personagem

Graziella Schmitt jura que não tem nada em comum com a “patricinha” Vivi, que ela interpreta na nova temporada de Malhação. Jura mas não convence. Afinal, a atriz reconhece que até seus amigos mais próximos encontram semelhanças entre ela e a personagem. De fato, é com um jeitinho de falar meio infantil – assim como o de Vivi – que a bela loira de 22 anos tenta demarcar as diferenças. “A Vivi é toda Barbie, bonequinha… Eu sou mais moleca… Quando criança, meu apelido na escola era leoa, de tão brava que eu era!”, garante a ex-apresentadora do “TV Globinho”, arregalando os olhos amendoados.

De toda forma, Graziella acredita que a personagem mais “fresquinha” do Colégio Múltipla Escolha veio na hora certa. Depois de um ano apresentando desenhos no matinal TV Globinho, ela já estava com saudades de interpretar. Além disso, Graziella soube que foi aprovada para o papel logo depois de concluir um curso profissionalizante de ator, em dezembro do ano passado. As gravações começaram na primeira semana de janeiro. “Só tive 15 dias para ‘encontrar’ a Vivi. Na verdade, ainda estou encontrando… O bom é que ela é muito engraçada, uma delícia de fazer!”, diz, empolgada.

Para compor a “patricinha”, a atriz assistiu por três vezes à comédia americana “Legalmente Loira”, de Robert Luketic, e conversou com algumas dignas representantes da categoria. Mas Graziella ressalta que, para dar veracidade à personagem, é preciso ir além do estereótipo. “A Vivi não é burra. É apenas alienada. Adora shopping center, boate, só usa roupa de grife, vai para a escola de salto alto e notebook… Ela vive num mundo cor-de-rosa”, descreve a intérprete, para quem a personagem ainda vai amadurecer muito ao longo da temporada.

Nesse ponto, parece que Graziella teria muito a ensinar para Vivi. Como começou cedo na tevê – aos 13 anos, virou paquita da Xuxa -, ela garante que não se deixa deslumbrar pela carreira artística. “A fama é passageira. Não trabalho para ter um celular novo ou um carro bonito. Acho que todos nós temos uma função maior na Terra”, filosofa a gaúcha de Treze de Maio, que diz guardar dos tempos de paquita o senso de responsabilidade profissional.

Com o fim do Planeta Xuxa, em 2000, Graziella assumiu um programa jovem na Record do Rio. Então estudante de Jornalismo, abraçou a produção, reportagem e apresentação do Show de Games, que só ficou dois meses no ar. Depois, o jeito foi procurar trabalho como modelo. Mas não demorou para Graziella se decidir pela carreira de atriz. O “début” aconteceu quando Graziella encarnou a vilãzinha Laila, de Sandy & Júnior. Interesseira, a moça vivia na cola de Júnior e aprontava todas com a protagonista. Segundo Graziella, o fato de encarnar uma vilã acabou lhe rendendo alguns “mal-entendidos”. “Até algumas que já me conheciam começaram a me achar metida…”, espanta-se.

A confusão só piorou entre as crianças, quando Graziella passou a apresentar o TV Globinho, no final de 2002. “Elas me perguntavam: ‘Você não é a paquita Laila, do Sandy & Júnior, que apresenta os desenhos?”, imita, com voz infantil. Por essas e outras, Graziella diz não se espantar de agora ser chamada de “patricinha”. “É mais uma prova de que estou convencendo no papel”, justifica a atriz, para quem não faz diferença estar cercada de mauricinhos, hippies, punks ou metaleiros. “Eu me ligo é no que cada um pensa sobre o Brasil e o mundo. O resto é modinha”, sentencia.

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