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No Rock in Rio, Funk Orquestra conta história do gênero no ‘dia do funk’

Com um pot-pourri frenético passando por toda a história do gênero musical, a Funk Orquestra contou, na tarde deste sábado, 5, uma história da música pop brasileira dos últimos 30 anos, dos criadores do pancadão ao 150 bpm, sua encarnação mais nova. É impressionante que o Rock in Rio tenha demorado tanto para abrir seus principais espaços para o funk carioca, hoje ao lado do sertanejo o gênero mais consumido no País.

Com convidados como Fernanda Abreu, Buchecha, Cidinho e Doca (dois dos fundadores do gênero, donos do Rap da Felicidade), e Ludmilla – uma rainha que merecia um espaço maior no festival – os músicos fizeram uma das apresentações mais participativas de todo o festival até com uma lista interminável de sucessos.

“Queremos homenagear todos que fizeram o movimento funk Brasil completar 30 anos”, diz uma gravação no início do show, garantindo que essa é a primeira orquestra de funk do mundo.

“O funk está muito por aqui por causa dos talentos de MC’s como esse cara aqui”, disse Fernanda apontando para Buchecha. “Eu e o mano Claudinho”, respondeu o MC, referindo-se à outra parte de sua dupla, morto em 2002. “Chegamos aqui, meu parceiro!”

Fernanda ainda lembra dos primórdios do funk, em 1989, com DJ Marlboro. Cidinho e Doca, que voltam a se apresentar no Rock in Rio, às 20h30, no Palco Favela, também sobem ao palco. “Queria pedir paz na favela e paz no Rio de Janeiro, a gente merece”, diz a cantora.

Como o pot-pourri foi muito veloz, o próximo parágrafo deste texto vai incluir frases das músicas executadas no show. O desafio é o leitor não cantar.

Falta só você nessa festa! Mas essa festa e só zoeira. É só zoeira e zoeira ah ha ah. Funk, pagode e cerveja. A noite inteira. Eu gosto dessa dança sensual. É som de preto de favelado, mas quando toca ninguém fica parado. Quer dançar, quer dançar, o tigrão vai te ensinar. Ah que é isso, elas estão descontroladas. Esse é o malha funk, os moleques tão dengoso. To mandando um beijinho, pra filhinha e pra vovó, só não pode esquecer da minha eguinha pocotó. Só as cachorras, as preparadas. Piririm piririm piririm, alguém ligou pra mim. Dance, potranca, dance com emoção, eu sou o Jonathan da Nova Geração. É diferente, vem com a gente, quero ver geral pirar. Uh papai chegou, uh uh papai chegou. Vai le lek lek lek lek lek. Beijinho no ombro, pro recalque passar longe, beijinho no ombro só para as invejosas de plantão. Vai dar pt, vai dar pt vai dar, vai dar pt vai dar (interrompida por xingamentos ao presidente brasileiro a plenos pulmões).

Uma homenagem a MC Sapão, morto ao 39 anos em decorrência de uma pneumonia, é realizada com uma foto e músicas suas, como o sucesso Vou Desafiar Você e To Tranquilão.

MC Kevinho estava escalado para participar do show, numa clara reverência à nova geração do funk, mas ele cancelou por motivos de saúde (em nota, a assessoria do festival informou que o artista está com intoxicação alimentar). Mas músicas suas também são tocadas, bem como de diversos de seus colegas de faixa etária, como MC G15, MC Don Juan, Kekel, Livinho, WM, e, claro, Anitta.

A parte final do show ainda recebe músicas do 150 bpm, subgênero muito popularizado pelos DJs e MCs ligados ao Baile da Gaiola, na zona norte do Rio, cujo idealizar, o DJ Rennan da Penha, está preso sob alegações contestadas de associação ao tráfico.

Aos poucos, o próprio Rock in Rio percebe que o funk tem lugar na Cidade do Rock.

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