No papel de garoto de programa, Cauã Reymond mantém seqüência

Desde a estréia na tevê, em 2002, Cauã Reymond vem fazendo um trabalho atrás do outro. Foram numa só seqüência Malhação, como Mau Mau, Da Cor do Pecado, em que era Thor Sardinha, Como uma Onda, no papel de Floriano. Antes mesmo de gravar as últimas cenas de Floriano, o jovem galã já estava confirmado no elenco de Belíssima, nova novela das oito da Globo.

Na trama de Silvio de Abreu, Cauã é Mateus Güney, um jovem classe média que se prostitui. Para acertar o tom do novo personagem, ele conversou com o autor e com a diretora, Denise Saraceni. ?Descobrimos que ele é um garoto de classe média que não precisaria fazer programa. Ele quer dinheiro para vestir uma camisa melhor?, explica. Mateus já se envolve desde o início da trama com Ornella, personagem de Vera Holtz, que sustenta toda as suas vontades. Mas, por ser mulherengo, ele quer conquistar a prima Giovana, vivida por Paola Oliveira, e até gasta parte de sua renda com mimos para ela.

Cauã fez laboratório conversando com garotos de programa e prostitutas, mas afirma que seu personagem não é como os encontrados nas ruas. ?O Mateus não é um garoto de programa que fica na rua, que faz ponto. Ele só trabalha com mulheres ricas?, garante. O ator carioca de 25 anos diz ter ficado impressionado com o profissionalismo daqueles que vendem o corpo, que procuram não se envolver emocionalmente com o cliente. ?O ator, por exemplo, chega, faz a cena romântica, volta para casa e tem uma vida normal. O garoto de programa também é assim?, compara. As descobertas sobre uma das profissões mais antigas no mundo não o chocaram muito, mas serviram para mudar a idéia que fazia deles.

Ele também não faz idéia de como garotos com o potencial de seu personagem, que fazem faculdade e têm família para dar apoio, acabem se envolvendo com prostituição. Para Cauã, Mateus é um personagem que segue uma escala evolutiva na sua carreira. A cada trabalho, seus papéis vão ganhando em consistência dramática do garotão Mau Mau, para o lutador Thor e para o pescador Floriano. E o ator acredita que foi por mostrar esse amadurecimento em seu trabalho que Silvio de Abreu resolveu convidá-lo. ?Para jovens atores como eu, é sempre bom iniciar um trabalho diferente do que acabamos de fazer. Assim, podemos mostrar o nosso potencial e abrir futuras portas?, acredita. Foi com esse pensamento que Cauã aceitou fazer o pescador, que era um homem com conflitos e questionamentos. Como seus outros personagens eram meio infantis, sua interpretação acabou ganhando mais consistência.

Desde que começou em Malhação, Cauã não pára. Mas a carreira de ator já estava na sua alça de mira antes de entrar na tevê. Ele começou a trabalhar cedo, como modelo, época em que morou na Itália, na França e nos Estados Unidos. Até que conseguiu uma bolsa de estudos no Actors Studio, em Nova Iorque. Com o curso no currículo, voltou ao Brasil e logo conquistou um papel no folheteen. Após duas temporadas, ele saiu da trama adolescente para interpretar o lutador na novela das sete. Mal terminou de gravar a trama de João Emanuel Carneiro, já aceitou de pronto integrar o elenco da novela de Walter Negrão. O que acabou se repetindo em Belíssima. Mas o jovem ator não liga muito para quantidade, pois um de seus desejos é se livrar do preconceito, que ainda sofre, por ter sido lutador de jiu-jítsu e modelo. ?Sei que existem pessoas que talvez nunca queiram me assistir. Mas sigo em frente e, assim, vou conquistando meu espaço?, pondera.

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