Quem já não ouviu falar da história do artista que ganhou notoriedade depois de morto? Foi inspirado em casos reais que João Emanuel Carneiro traçou o destino de seu mocinho, Beto, vivido por Emilio Dantas. “Beto é nosso herói, tem um quê macunaímico”, descreve o autor. Apesar das atitudes tomadas pelo personagem, que aceita embarcar na farsa de sua morte, Emilio Dantas o defende. “Ele tem uma vontade de não viver mais aquele glamour todo da música, até porque está em decadência. Ele queria ter uma vida simples e, de repente, se depara com a Luzia, que tem isso. Então, quando ele aceita esse plano, é muito mais pela chance de recomeçar tudo do zero”, avalia o ator. “Ele está enganando as pessoas, mas até que ponto também o que as pessoas vão pensar é tão importante assim em relação ao que ele pode viver a partir dali?”
O personagem remete o ator ao início de seu carreira, como cantor e vocalista de banda. A música, na verdade, nunca saiu da vida de Emilio. A habilidade foi incorporada à sua carreira de ator, como foi visto no musical sobre Cazuza, em que ele viveu o papel principal. “Fui recordar dos meus tempos de banda, de todos os problemas que a gente passava, é aquela coisa de marcar ensaio, de ter comprometimento com a música, fui revisitar tudo isso que já tinha comigo. A questão da Bahia, descobri que eu sabia de tudo de axé dos anos 1990, está tudo na minha cabeça”, diz o ator. A trilha sonora, aliás, deve ser um dos destaques da novela, com grandes sucessos do axé dos anos 1990, revisitados ou com novas roupagens.
E, enquanto na telinha, Emilio Dantas se descola da imagem de seu personagem anterior, o traficante de drogas Rubinho, de A Força do Querer, a atriz Giovanna Antonelli retorna ao cenário praiano e ensolarado, a exemplo de sua novela anterior, Sol Nascente.
Interpretando a batalhadora Luzia, a heroína de Segundo Sol, Giovanna não vê o personagem Beto como um vilão na vida de Luzia por tudo o que ele lhe causa. “Não vejo dessa forma. O Beto omite sua história no início do relacionamento, porque é tudo muito recente. Ele ainda está tentando contornar a situação e pensar na melhor forma de contar para transformar a vida deles”, acredita a atriz. “O amor deles nasce da convivência. Da admiração. Um encontro de almas mesmo. Com uma pureza despretensiosa. E paixão e tesão, claro.”
No meio da trama, como já é de praxe em suas novelas, o autor João Emanuel Carneiro promete uma reviravolta na história. E o quanto será difícil para Luzia conquistar essa segunda chance na vida? “Igualmente como acontece na vida real, com muito sofrimento, mas sem perder a leveza, a esperança e acreditando sempre”, diz Giovanna. “Acho Luzia muito real e humana.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.