Ninguém consegue esquecer o Lápis

?Memória… saudade… papel… e Lápis?. Com esses ingredientes, o Teatro Paiol acolhe uma homenagem ao músico e compositor paranaense, Palminor Rodrigues Ferreira, o Lápis (1942-1978), hoje. Falecido há 28 anos, devido a um problema cardíaco, o compositor é referência cultural do Estado para além de suas fronteiras (seu nome é verbete no Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira). Contudo, por não ter divulgado comercialmente sua obra, ela é praticamente inédita para a classe musical e o público em geral.

Com o objetivo de trazer à luz e registrar a obra de Lápis, os músicos e ex-companheiros do compositor, Galdino Alves Júnior e Jazomar Vieira da Rocha, juntos com o Grupo Bitten 04 II, do qual Lápis fez parte e ajudou a formar, apresentam um show com repertório inédito e lançam o CD A Lápis, com 12 músicas criadas do punho de Palminor. Segundo Jazomar, que substitui Lápis no Bitten 04, agora, Bitten 04 II, a idéia surgiu quando, reunido com amigos no Hermes Bar, cantavam músicas do compositor e um cliente do bar perguntou por que não haviam feito um registro em CD.

Conquistado o patrocínio, foram preparadas as partituras e o CD foi gravado em fevereiro de 2006, no Estúdio Puro Som, por artistas paranaenses e amigos de Lápis. Do baião ao sertanejo, passando pela bossa nova e samba- canção, Lápis criou aproximadamente 70 músicas, a grande maioria conhecida só por seus amigos e companheiros da noite curitibana. A melodia de A Lápis é de Rubem Rolim, que ouviu o compositor tirar no violão a maioria das canções.

Apesar do coração frágil, o compositor e multiinstrumentista tinha o espírito livre e fazia da noite sua amante e amiga inspiradora. ?Ele tinha um ego super desenvolvido e uma musicalidade impressionista??, comenta Jazomar. O músico anuncia que o projeto prevê a criação de um site com a história e a obra de Lápis, em letras e cifras para violão, e a gravação de 5 CDs, além de apresentações.

Sem nunca ter estudado música academicamente, Lápis fez muito sucesso nos anos 60s, em Curitiba. Com o êxito, os integrantes do Bitten foram para o Rio de Janeiro e gravaram pela Orange um compacto com as músicas Vestido branco e Paticumbá. Lá participaram de programas no rádio, televisão e fizeram shows.

O grupo voltou para Curitiba, e Lápis ficou no Rio, onde trabalhou com Eliana Pittman, que gravou Meu novo amor, da autoria do paranaense. Na década de 70, Lápis retorna a Curitiba e em 1976 musica a peça Funeral para um rei negro, sucesso da época. Entre suas composições estão Dia de arlequim, Onde ela mora e Lençol de flores. Atualmente o filho de Lápis, Grafite, segue a carreira do pai e vive na Bélgica, onde atua como músico.

Serviço:

Lançamento do projeto Memória… saudade… papel… e Lápis, e do CD A Lápis, em homenagem póstuma ao compositor paranaense Palminor Rodrigues Ferreira, hoje, às 21h, no Teatro Paiol. Quem comprar o ingresso (inteira) por R$ 20 ganha um cópia do CD A Lápis.

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