Foto: Daniel Derevecki |
O cantor se apresenta hoje no Curitiba Master Hall. continua após a publicidade |
?Eu não montaria uma banda se eu soubesse que é assim que uma banda acaba.? Assim Nasi, ex-vocalista do Ira!, resume tudo o que tem acontecido com ele e com a banda. Nasi deixou o grupo, após 25 anos de carreira, por uma série de imbróglios que ainda rendem muitos comentários e que dependem até de decisões judiciais.
Apesar de ferido com tudo isso, Nasi segue com a sua vida. ?Estou em um dos melhores momentos da minha vida, pessoalmente e profissionalmente, a não ser isso (briga com o empresário/irmão e com integrantes da banda)?, disse. É uma vida nova para uma das vozes mais marcantes do rock nacional.
Nasi está em Curitiba, onde faz hoje, ao lado da banda curitibana Relespública, um show no Curitiba Master Hall. Serão apresentadas músicas novas de Nasi e alguns sucessos do Ira!. Antes do show de hoje, o cantor fez diversas revelações sobre a banda, munido de uma vasta documentação – que inclui até exame toxicológico, cujo resultado é negativo. Disparou contra o empresário Airton Júnior -que é irmão de Nasi – e contra os ex-companheiros de banda, especialmente o guitarrista Edgar Scandurra.
Nasi conta que há algum tempo todos os integrantes do Ira! estavam sofrendo um desgaste, comum após 25 anos de estrada, ainda mais depois da turnê bem sucedida com o CD Acústico. O vocalista pediu que a banda saísse de férias de um ano. No entanto, uma obrigação com a gravadora para a produção de mais um disco adiou essa idéia. ?Vi que o empresário estava manipulando para que o Ira! não parasse. Foi uma série de discussões. Mas o fato mais marcante foi quando percebi que um borderô de um show em Belo Horizonte não estava batendo. Falei que queria ver os contratos dos shows. Na hora que pedi algo que é meu direito, o outro lado age como uma criança com a calça na mão?, compara.
A partir daí, foram ameaças, brigas e invasão de residência, até chegar na ação de interdição e o plano de internação de Nasi – quando se alegou o uso de drogas para hospitalizar o intérprete. ?Ele (empresário/irmão) é um mau-caráter, maquiavélico e escravo do poder do dinheiro?, disparou.
Posteriormente, apareceu uma ação pedindo a tutela de Nasi, que foi indeferida pela Justiça. ?Alegando que eu estava muito nervoso, entraram com este pedido. Foi aí que percebi que era uma questão da empresa Ira! Produções, da qual sou sócio-gerente. Queriam me retirar da empresa, para que não exercesse mais meu poder de sócio-gerente da empresa. A empresa virou uma caixa-preta. Misturaram banda com empresa?, explica.
Nasi nunca mais teve contato com os outros integrantes do Ira!. Se o relacionamento já estava desgastado, a situação piorou ainda mais, especialmente com Edgar Scandurra. ?O Edgar é um grande guitarrista, mas a palavra dele vale uma nota de três reais. Se o público conhecesse o caráter do compositor, talvez não gostasse das letras?, criticou Nasi.
Ele diz que lamenta tudo isto e que a única coisa que queria era férias. ?O Ira! sobreviveria a uma parada?, garante. Ainda há processo na Justiça e muitas questões a serem resolvidas. Mas as coisas não serão como antes. ?Este é um novo momento?, resume Nasi.
Serviço
Show de Nasi e Relespública, no Curitiba Master Hall, hoje, a partir das 23 horas. Os ingressos para a pista custam de R$ 15 – valor para estudantes e doadores de um quilo de alimento não perecível. Informações pelo telefone (41) 3315-0001.