Na próxima quinta-feira o público curitibano poderá conhecer a nova orquestra do Estado. Formada em grande parte por músicos da Sinfônica do Paraná e músicos do interior, a orquestra Filarmônica do Paraná, sob regência do maestro Roberto Tibiriçá, se apresenta no Teatro Guaíra. De iniciativa dos próprios músicos da Sinfônica, a nova orquestra busca trazer solistas de renome internacional e dar oportunidade a novos talentos que surgem no Estado.
Segundo o violonista da Sinfônica e coordenador da nova orquestra, José Maria Magalhães Silva, para que o projeto desse certo a Filarmônica teria que ser muito boa e inovadora, por isso chamaram para o cargo de regente o profissional que eles consideram o mais capacitado no País, Roberto Tibiriçá. ?Em minhas viagens para outras regiões do Brasil sempre escuto as pessoas elogiarem o Paraná por ser um Estado onde a cultura tem apoio. Com esse projeto queremos transformar essa falsa idéia em realidade?, afirma.
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| O maestro Roberto Tibiriçá fala sobre as dificuldade de verba. |
?Minha relação com a Orquestra Sinfônica do Paraná tem sido agradável; os músicos são excelentes e acredito nesse novo projeto?, diz Roberto Tibiriçá. Com o concerto marcado para esta semana, a Filarmônica espera fechar patrocínios e captar os recursos orçados em R$ 2 milhões. A tentativa de alavancar a cultura no Paraná mostra o empenho do quadro de músicos do Estado. Os 70 músicos que devem fazer parte da orquestra e o maestro Roberto Tibiriçá não estão recebendo salários extras para criar a Filarmônica, sua única fonte será a bilheteria. ?Curitiba tem um movimento cultural importante por parte dos artistas e público, as entidade é que estão devendo?, afirma Tibiriçá. Para estruturar o projeto, a Filarmônica recebe apoio da Tim.
Apesar da falta de apoio governamental, 95% das orquestras brasileiras são ligadas ao governo. Com isso, grandes teatros sofrem para manter seus quadros estáveis e cada vez menos trazem músicos de renome. ?Exceto a Orquestra Sinfônica de São Paulo – Osesp, nenhuma orquestra tem dinheiro. O governo não incentiva a cultura como deveria. O curioso é que quando os políticos recebem alguma personalidade ou chefe de Estado importante, a primeira atitude é convidá-los para csonhecer uma orquestra como a Sinfônica do Paraná. Isso é pura hipocrisia?, ressalta Tibiriçá.
Programa
No programa de quinta-feira está confirmada Fosca, de Carlos Gomes – para a peça Tibiriçá já programou efeitos especiais com luzes; Concerto para piano e orquestra n. 2, de Chopin, tendo como solista Sônia Goulart, e encerra com a Sinfonia n.º 5, de Tchaikowsky.
Para 2006 a Filarmônica tem programada uma série de 10 concertos, ?Os mais belos concertos românticos?, que deve retratar o período romântico, e 2 concertos extras: o primeiro é um concerto multimídia com a bailarina Ana Botafogo e Marcelo Misailides, o segundo é uma ópera com um quarteto de músicos. Ao longo de 2006, a Filarmônica deve trazer nomes como: Nélson Freire, Arnaldo Cohen, Cristina Ortis, Barry Douglas, Nélson Goermer, Joshua Bale, Sarah Chung, Antonio Menezes e outros.
Segundo Tibiriçá, a idéia é que a Sinfônica e a Filarmônica levantem os corpos estáveis de forma sadia e aproveitem o patrimônio fantástico e histórico que é o Teatro Guaíra. ?De maneira geral houve um crescimento musical entre o público jovem com os adventos tecnológicos como o mp3 e DVD. O momento é propício para se investir?, afirma.
Roberto Tibiriçá
O maestro titular da Orquestra Filarmônica de Curitiba começou sua carreira como pianista e camerista, para então seguir o caminho da regência. Em 1994 assume o posto de diretor-adjunto da Orquestra Sinfônica Brasileira, no Rio de Janeiro. Posteriormente torna-se diretor artístico da OSB. Em 1995 foi eleito Músico do Ano pela crítica especializada do Rio de Janeiro.
Serviço:
Concerto inaugural da Orquestra Filarmônica do Paraná no Teatro Guaíra, dia 3 de novembro, às 20h30. Os ingressos custam de R$ 30 a R$ 10 para quem doar um quilo de alimento não-perecível. A arrecadação será destinada ao Hospital de Clínicas.
