As bobagens que costumam tomar conta da tevê aberta ao domingos vão ceder hoje o lugar ao jornalismo, por causa das eleições 2002. Globo, Record, SBT, Rede Brasil, Rede TV! e Band iniciam a cobertura às oito da manhã, quando serão abertas as zonas eleitorais. A promessa é que haja muitos “flashes” ao vivo das capitais dos estados e acompanhamento do dia dos candidatos.
A partir das 17h, programas ao vivo apresentam os resultados finais das pesquisas de boca de urna e os números oficiais do Tribunal Superior Eleitoral, com comentários de jornalistas e cientistas políticos.
Para o diretor de jornalismo da Band, Fernando Mitre, até o fechamento das urnas o mais importante vai ser o volume de informações. “Teremos inserções longas em todos os “brakes”, com todas as praças mobilizadas”, garante o diretor, que vai comandar uma equipe de 300 profissionais. A Rede Brasil também promete intensidade ao longo do dia, com fartos espaços para “flashes” e reportagens.
Já o SBT apresenta dois programetes, um às 9 h e outro ao meio-dia. Na Globo, são destaques boletins especiais apresentados por Renato Machado, Alexandre Garcia e Franklin Martins. Para o diretor da Central Globo de Jornalismo, Carlos Henrique Schroder, o mais importante é abastecer de informações os espectadores de qualquer lugar do Brasil. “O telespectador quer ter as informações da sua região. Teremos repórteres em todas as capitais do país”, assegura.
Apuração
Mas é a partir das 17 h, com o fechamento das urnas, que a cobertura promete reeditar a guerra de audiência dos domingos. Pelo menos a Band e a Record vão colocar no ar programas que se estendem até a madrugada. No “Apuração Eleições 2002”, da Record, Bóris Casoy vai entrevistar especialistas e candidatos mais votados. A intenção é ficar no ar até os resultados finais, previsto pelo TSE para as 20 horas do próprio domingo. Dácio Nitrini, diretor do núcleo do Jornal da Record, acredita que a velocidade da apuração exige mudanças no conteúdo na cobertura. “Cresce a pressão por um programa quente, ao vivo. A preocupação na escolha dos entrevistados é bem maior”, avalia. Já o “Band, Eleições 2002” promete discussões sobre os problemas que os próximos governantes vão encontrar e as expectativas para o segundo turno. Mesas-redondas com analistas serão renovadas a cada hora. “O nosso diferencial será qualitativo. Vamos fazer uma cobertura crítica e analítica”, assegura Mitre.
Comentários
Na Rede Brasil, Carla Ramos e Vera Barroso vão dividir o comando do “Eleições 2002 – Na Hora do Voto”. Com cinco horas de duração, o programa trará candidatos e comentaristas, como Ancelmo Góis e Aristóteles Drummond. Vera aposta no perfil da emissora como diferencial da cobertura. “Acesso aos dados oficiais todos têm. Mas nenhuma emissora aberta tem condições de cobrir e comentar como nós, sempre muito analíticos”, enaltece. José Emílio Ambrósio, diretor de jornalismo da Rede TV!, também acha difícil oferecer mais que os números oficiais. A emissora, que apresenta o “Boletim Eleições 2002” às 17 h e às 21 h, vai investir apenas no acompanhamento dos resultados. “Uma cobertura nacional, com a repercussão em todos os Estados, ou se faz direito, ou não se faz. A gente opta por não fazer”, reconhece.
Análises
Globo e SBT não vão ficar ininterruptamente ao vivo, mas têm seus trunfos. O “SBT Nas Eleições 2002” vai ao ar somente à meia-noite, quando o apresentador Hermano Henning já terá condições de comentar os resultados das urnas. Henning vai receber cientistas políticos para uma análise do processo eleitoral. Na Globo, como já é de costume, o principal destaque serão os números da pesquisa de boca de urna, do Ibope. Paralelamente, a emissora vai mostrar os resultados parciais da apuração. A equipe de jornalismo da casa deve trabalhar até os resultados finais. “Toda a programação vai estar voltada para as eleições. Sempre que tivermos novas informações, colocaremos no ar”, garante Schroder.