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Rodrigo Santoro: fui criado no meio do mato, descalço…? |
Toda vez que entrava no "domo", estrutura cilíndrica de 26 metros de altura que serviu de cenário para Hoje é dia de Maria, Rodrigo Santoro se sentia numa máquina do tempo. Nessas horas, ele era imediatamente "transportado" para a Ribeirão Preto de sua infância.
Foi lá, na fazenda do avô, que o jovem petropolitano costumava passar as férias escolares. "Fui criado no meio do mato, descalço, com bicho solto ao redor. Puxa, minha infância foi maravilhosa!", garante, sublinhando cada sílaba da última palavra. Muito da infância do ator veio à tona nas gravações de Hoje é dia de Maria, que estréia dia 11 e inaugura as comemorações dos 40 anos da Globo.
Na fábula musical, dirigida por Luiz Fernando Carvalho, Rodrigo interpreta o "Pássaro", o fiel escudeiro de Maria, vivida por Letícia Sabatella. Lá pelas tantas, quando se apaixona pela heroína da história, a ave assume as formas e as feições do ator. Apesar de seus quase 30 anos, Rodrigo agiu feito um garotinho ao ver de perto a marionete de 12 kg que foi confeccionada pelo grupo Giramundo, de Minas Gerais. Na mesma hora, pediu para manipular o boneco em uma das cenas. "O universo lúdico existe em cada um de nós. O bacana é manter a conexão com esse mundo mágico. A magia só existe quando a gente acredita nela", filosofa.
A microssérie Hoje é dia de Maria marca a volta de Rodrigo à tevê depois de Mulheres Apaixonadas, em 2003. Entre um trabalho e outro, o ator foi eleito a nona pessoa mais bonita do mundo pela People e gravou um comercial de perfume com a atriz Nicole Kidman. De volta ao Brasil, confirma sua participação no filme Os Desafinados, de Walter Lima Jr., e sonha montar um espetáculo com Paulo Autran. Quanto à Globo, diz apenas que seu contrato vence em março. "Acho que devo renovar. Mas só vou pensar nisso mais para frente", desconversa. De certo mesmo, só o desejo de fazer uma viagem de férias ao exterior. "Quero me refugiar em algum canto tranqüilo para surfar um pouco", avisa, com seu eterno jeito de garotão.
Escalada para o céu
Rodrigo Junqueira dos Reis Santoro, então estudante de Comunicação Social da PUC, tinha 17 anos quando fez teste para Sex appeal, de Antônio Calmon, e não passou. Mesmo assim, ele não desistiu e resolveu fazer Oficina de Atores da Globo. Quatro meses depois, já estreava em Olho no olho, também de Calmon, onde interpretou Pedro, um rapaz aficcionado por esportes radicais. Se poucos repararam em sua rápida aparição em Olho no olho, o mesmo não se pode dizer de Pátria Minha. Na trama de Gilberto Braga, Rodrigo chamou a atenção como o namorado da personagem de Cláudia Abreu. "A princípio, só faria 30 capítulos, mas agradei tanto que fiquei até o final da novela", gaba-se.
Em Explode coração, a repercussão foi ainda maior. Afinal, na novela de Glória Perez, ele interpretava Serginho, que namorava a arquiteta Bete, 20 anos mais velha, vivida por Renée de Vielmond. O sucesso foi tanto que, no ano seguinte, ele já protagonizava O amor está no ar, de Alcides Nogueira. Coincidência ou não, seu personagem, Léo, também se envolvia com uma mulher mais velha, Sofia, vivida por Betty Lago. Não é à toa que um dos papéis preferidos do ator é o atormentado frei Malthus, de Hilda Furacão. "O Malthus foi diferente de tudo que já fiz. Era sutil, delicado, introspectivo…", enumera.
Desde então, Rodrigo interpretou um pintor depressivo em Suave Veneno, um "bad-boy" mauricinho em Estrela-guia e um "playboy" mulherengo em Mulheres Apaixonadas. "Minha ascensão não foi meteórica. Subi degrau por degrau", avalia.
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