Ele começou a tocar aos 13 anos e suas primeiras gravações profissionais aconteceram no álbum de estreia do grupo vocal A Garganta Profunda, em 1986. Hoje Paulinho Moska é considerado um dos nomes mais influentes da música popular brasileira. Com um trabalho quase que independente, o cantor consegue fazer com que sua voz seja ouvida e seu som seja disseminado Brasil afora, de um jeito que conquista cada vez mais o público fiel, com pensamentos que destoam do que acredita boa parte do mundo artístico.
Em recente passagem por Curitiba, Paulinho Moska esteve na redação da Tribuna do Paraná se mostrou muito feliz primeiro por saber que a capital paranaense é uma das cidades que mais ouve sua música. “A gente fica com a flecha de cupido no coração sabendo que tem gente que gosta da gente. Quando comecei a fazer música em casa era justamente para isso, para viajar e conhecer o mundo. A música serviu, foi um projeto para conhecer o mundo, então cada vez que eu sei que a minha música é cantada numa cidade, que tem público, eu fico entre o realizado e o apaixonado, com vontade de ir logo para estes lugares”.
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Paulinho, que disse ter um amor profundo não só pelos fãs, mas pelo momento em que encontra com seu público após o show, comentou que faz música para estabelecer justamente isso: conexão. “A ideia é manter uma espécie de diálogo, porque por de trás da poesia tem sempre um monte de sentido. O que eu dou não é o verdadeiro, é o meu, acho que a poesia serve para cada um se apoderar dela e dar o seu sentido. Quando faço música vai para todo mundo, porque cada um tem que realmente dar o seu entendimento. Não tem como obrigar as pessoas a entenderem a mesma coisa que eu”.
Música brasileira segue
Sobre o momento atual da música brasileira, o cantor e compositor afirmou que não dá para dizer que esteja perdida. “A nova geração está desenvolvendo, por isso é nova. Quando eu comecei também era assim, falavam que não tínhamos nada. Uma obra se constrói. Fazer sucesso com uma canção, com um disco, não lhe garante uma carreira. Sucesso pode ser uma ilusão perigosa”, comentou.
Ainda que não seja do conhecido mainstream, quando o artista se torna amplamente midiático e seu trabalho se propaga ainda mais, Paulinho Moska se diz feliz com tudo que conquistou, pois tem sido da forma que sonhou e exemplificou que não dá para dizer o que é música boa e o que não é. “Não existe ‘a’ música brasileira, existem ‘as’ músicas brasileiras, pois são tão diferentes estilos que não dá para falar o que tá ruim e o que tá bom. Ninguém tem o direito de dizer isso. O espaço da música brasileira está ocupado por um movimento que não presa por uma qualidade que a MPB presava, porque dizer que não tem qualidade é errado. Qualidade é uma coisa subjetiva, eu acho bom uma coisa que você pode não achar e está tudo bem”.
Sem demagogia
Como todo músico e compositor, Paulinho disse que suas obras acabam impactadas com o que o que vive. Seu último projeto, Beleza e Medo, traz exatamente isso. “O que está acontecendo ao meu redor é o que vai ser impresso em minha obra, porque vou sempre refletir aquilo. Meu disco começou a ser gerado em 2016, que fiz umas músicas sobre a Beleza, mas as coisas começaram a ficar esquisitas e o Brasil começou a sentir medo, terror, por conta dos personagens que foram aparecendo, que realmente tocam o terror, então mudou um pouco o que eu resolvi lançar”.
Paulinho disse que, com suas canções, não quer ensinar ninguém. “Não quero pensar que meu trabalho tem um objetivo, não tenho objetivo nenhum, eu tenho um motivo. As coisas me movem a fazer, eu sou movido pela realidade a escrever o que eu escrevo, dar a minha opinião, que também não passa de uma opinião e se não servir para alguém, que desconsidere, porque não quero ensinar nada a ninguém, pelo contrário, aprendo muito também com o contato com, as pessoas”.
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Sobre a música, a grosso modo, o cantor comentou que as pessoas devem usar como um instrumento para fazer pensar. “Eu mesmo coloco nas minhas músicas aquilo que eu sinto, porque outras canções me ensinaram muito. É um dialogo muito diferente da conversa, porque quando você ouve uma canção você não precisa olhar na cara de quem está falando com você, você pode fechar os olhos e deixar aquela pessoa falar. Você só precisa refletir sobre o que está sendo dito, mas aquilo tem que servir para você, mas não como algo que serve para mim. Não é feito com a intenção de ensinar nada, nem dizer verdade nenhuma. Não acredito em verdade, acredito em verdades, pois cada um tem a sua”.
Veja a entrevista completa, feita ao vivo:
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