Vestidos com babados, perucas compridas e fartos bigodes à moda gaúcha. Com esse bizarro figurino, a turma do “Casseta & Planeta, Urgente!” reaparece no primeiro programa da temporada, nesta terça, dia 8. Na mesma noite em que vai ao ar o último capítulo de “A Casa das Sete Mulheres”, Bussunda, Hubert, Cláudio Manoel, Reynaldo, Hélio De La Peña, Beto Silveira e Marcelo Madureira não perdem tempo. Nem a piada. Os humoristas lançam “A Casa dos Sete Gaúchos”, uma sátira da minissérie – só que estrelada por “gayúchos”, na definição dos próprios “cassetas”.
Além das “prendas”, protagonizam a saga Gayribaldi e Sento Gonçalves – paródias dos heróis Giuseppe Garibaldi e Bento Gonçalves, feitas, respectivamente, por Hubert e Hélio De La Peña. “Acho que os gaúchos se divertem com as nossas brincadeiras. Por via das dúvidas, prefiro não conferir isso pessoalmente”, escapa Bussunda, enquanto ajeita as madeixas.
O próprio Bussunda, porém, vai virar assunto. Em resposta aos boatos, lançados na internet, de que teria morrido e a Globo estaria guardando segredo, a turma resolveu dar a sua versão dos fatos.
A trama, envolta de suspense e mistério, também será exibida no programa de estréia. O humorista – que, por conta do boato, recebeu telefonemas de fãs aos prantos e teve problemas até para transferir dinheiro no banco – é o primeiro a rir da história. Mas, durante um intervalo de cena, um bem-humorado Marcelo Madureira levanta a dúvida. “Não seria um sósia? Para ter certeza de que é o Bussunda, só vendo a marca de nascença que ele tem no lado esquerdo do bumbum”, brinca, em tom de suspeita.
Lula, guerra…
Certo mesmo é que o estoque de piadas da turma está renovado. Não vão faltar alusões ao presidente Lula e sua cachorrinha Michelle. Nem à campanha Fome Zero, que vai ganhar uma versão chamada Come Zero – em defesa de quem tem outro tipo de apetite… A Guerra no Iraque também não vai passar em branco. “É complicado usar uma tragédia para fazer rir. Mas não podemos evitar porque o público espera uma resposta da gente. Então, vamos brincar mais com a cobertura no Kwait. É um país que sempre rende bons trocadilhos…”, sugere Hubert, já parcialmente caracterizado de Gayribaldi.
De fato, são as sucessivas trocas de figurino e caracterização que tomam a maior parte do tempo de uma gravação do “Casseta & Planeta, Urgente!”. Os intervalos no camarim podem levar até 40 minutos. “Pior é quando é roupa de mulher, com meia-calça, sutiã… Felizmente conseguimos abolir os saltos altos. Afinal, nenhuma televisão enquadra o sapato da gente!”, argumenta Beto Silveira que, no entanto, orgulha-se em dizer que aprendeu a andar de salto com Luma de Oliveira.
Ao que parece, Beto e os outros “cassetas” terão de aguentar um bom tempo os apetrechos femininos. Afinal, a novela das oito da vez -“Mulheres Apaixonadas”, de Manoel Carlos – é dominada por personagens de saias. A antecessora, “Esperança”, só rendeu piadas no início, até que o autor Benedito Ruy Barbosa se queixasse com a direção da Globo. “Agora teremos liberdade para isso porque o Manoel Carlos é fã número um das paródias de novelas dele”, garante Hubert. A exemplo de “Esculachos de Família” -paródia de “Laços de Família” -, o humorista deve encarnar o papel de José Mayer, enquanto Beto Silveira, agora sem barba, é o mais cotado para viver o personagem de Tony Ramos. “Por uma questão de pêlo”, como ele mesmo reconhece.
Mas a palavra final sobre quem parodia quem é mesmo do diretor José Lavigne. Ele comanda a turma desde que o primeiro “Casseta & Planeta” foi ao ar, há dez anos. O critério, contudo, nada tem de “científico”. “Varia de acordo com meu humor”, simplifica, para em seguida explicar que o fato de conhecer bem cada “casseta” o ajuda na escolha. “Às vezes, funciona melhor com o cara menos provável. O Bussunda, por exemplo, não tem nada da Vera Fischer!”, esclarece Lavigne. Como se precisasse…
