Na posse, Mendonça vê crise financeira

Em meio a artistas, políticos, antigos e novos colaboradores, Marcos Mendonça tomou posse ontem (17) da presidência da Fundação Padre Anchieta, em cerimônia realizada em um dos estúdios da TV Cultura. Para o telespectador, nada muda pelos próximos meses. “Ainda estou tomando pé das coisas”, disse Mendonça à reportagem. “Mas o bom de voltar é que eu já conheço como funcionam as coisas”, afirmou. Mendonça foi presidente da FPA de 2004 a 2007.

Uma das metas centrais do novo presidente é lançar um novo canal da FPA no espectro da TV digital, que permite a cada canal que se multiplique em quatro sintonias na TV aberta. Além da Cultura, a FPA tem os canais Multicultura, com conteúdo da própria emissora e documentários internacionais, e a TV Univesp, canal universitário de cursos virtuais, com atuação da USP, Unesp e Unicamp. “Nossa ideia é ter um canal de saúde, educação, serviços, enfim, algo que a gente possa aproveitar dentro das possibilidades da TV digital. A TV Cultura tem de estar pronta para este momento.”

Em seu discurso de posse, Mendonça ressaltou a crise financeira da TV Cultura, confiante de que é possível fechar a conta novamente. “A TV passa por um momento difícil, financeiramente.” A emissora precisará de mais R$ 20 milhões para saldar os débitos deste ano. O governo do Estado, que prometeu R$ 82,8 milhões este ano, será o primeiro lugar onde a emissora pedirá novo socorro. Outras alternativas seriam ampliar os recursos de publicidade, item cuja política interna da emissora restringe o faturamento, e a venda de conteúdo em DVD ou a outros exibidores.

Além de membros do Conselho Curador da FPA, time encabeçado por seu presidente, o advogado Belisário dos Santos Jr., e pela escritora Lygia Fagundes Telles, a cerimônia de ontem contou com as presenças de Salomão Swartzsman (que trabalhou na Rádio Cultura no primeiro mandato de Mendonça), o ex-ministro de Direitos Humanos (do governo FHC), José Gregory, Solano Ribeiro, o maestro Júlio Medaglia, os atores Odilon Wagner e Vida Alves, os jornalistas Marco Antonio Coelho (ex-diretor de jornalismo da Cultura), Albino Castro e Alexandre Machado, entre outros.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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