Depois de muitas idas e vindas, o SBT finalmente parece ter encontrado o rumo de Os Ricos Também Choram, novela que deve substituir Esmeralda em meados de junho. As gravações começam na próxima terça-feira.

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O remake da trama mexicana, primeira a ser exibida pela emissora de Sílvio Santos, em 1982, com grande repercussão, foi o pivô da demissão de Doc Comparato. O roteirista tinha sido contratado em junho do ano passado como consultor de teledramaturgia, promoveu oficinas de atores, chegou a adaptar o primeiro capítulo da novela e trabalhava no projeto da minissérie O Palácio. Desde sua demissão, é Marcos Lazarini quem adapta a trama, que será estrelada por Taís Fersoza e Iran Malfitano. "Acho ótimo ver que outras emissoras estão se preocupando não apenas em produzir, mas em produzir com qualidade. Que bom que me deram este voto de confiança", comemora Taís, longe das novelas desde Agora é Que São Elas, exibida pela Globo em 2003.

A atriz interpretará Mariana, uma jovem que ignora ser herdeira de uma polpuda herança e vive com dificuldades. Vinda do interior, ela chega à cidade fictícia de Ouro Verde e vai trabalhar como servente na casa do rico e disputado Alberto, papel de Iran Malfitano. Além das supostas diferenças sociais, o romance dos dois tem de enfrentar também a oposição da determinadíssima Ester, que quer a todo custo se casar com Alberto, em busca de uma confortável situação financeira. "Ela é batalhadora, toma a frente das coisas, luta pelas causas. Não é de ficar parada", define Taís, que, além de Mariana, vive Esperança, a mãe da personagem, no primeiro capítulo da trama.

Mudança de época

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Quando Doc ainda estava na emissora, Os Ricos Também Choram se passaria na década de 1920. Ele pretendia abordar a Semana de Arte Moderna, a chegada do cinema, a expansão da fotografia e o momento de ebulição por que passava São Paulo. Afastado do projeto, ele teme que seu trabalho seja utilizado à sua revelia. "Resta saber até onde o adaptador não está contaminado com as minhas idéias", conforma-se. A emissora, no entanto, tratou de mudar até o período em que a trama será ambientada. A história escrita por Lazarini se passa nos anos 30 e mostra a crise nas fazendas de café, atingidas pelo crack da Bolsa de Nova Iorque, em 1929.

É neste cenário que coronel Evaristo, personagem de Flávio Galvão, vive seus últimos dias de vida. O ator foi convidado para uma participação especial e está impressionado com o trabalho de Lazarini. "Quando li a sinopse, pensei: ‘Mas isso é uma novela mexicana?’. Não parece. Os personagens são humanos, têm muitos matizes", derrama-se Flávio, um ardoroso defensor da expansão de núcleos de teledramaturgia fora da Globo. "É ótimo não só para os atores, que têm mais oportunidades de trabalho, mas para o espectador, que pode mudar de canal", justifica.

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