Na boca do povo

A personagem nem era tão grande. Mas o fato é que a novela O Profeta ainda não completou um mês e a perua Miriam, interpretada por Juliana Baroni e chamada de ?Troféu? pelo seu marido na história, já faz muito sucesso junto ao público. ?Esse apelido pegou. Ando pelas ruas e todo mundo me chama assim?, conta Juliana, surpreendida com a visibilidade do papel. Na trama, ela é casada com Alceu, interpretado por Nuno Leal Maia. Fidelidade ao esposo não é nem de longe um forte da moça, mas Alceu nem desconfia das ?escapadas? da amada e a paparica na frente de quem for.

No decorrer do folhetim, Miriam vai cair ainda mais na boca do povo. Ela promete chocar a São Paulo dos anos 50s, época em que se passa a história, com seu jeito atirado. Estão previstos ?casos? da personagem com boa parte do elenco masculino de O Profeta. ?Vou ficar falada em meio aos personagens e em meio ao público?, aposta a atriz, ao falar do comportamento ?avançadinho? de sua personagem.

E a moça não exagera só no assédio em cima dos homens. O seu visual também é ousado. No começo isso causou um certo receio em Juliana, durante a composição da personagem. Depois ela percebeu que deveria mesmo incorporar o perfil caricato de Miriam. ?Quando me vi no espelho com aquele figurino, aquela pinta, aquele cabelo, percebi que não dava para ser naturalista?, explica a atriz. A inspiração veio das ?pin-ups?, modelos que se tornavam famosas nas décadas de 40 e 50 em desenhos ou fotografias ?sexies? afixadas (?pin? é alfinete em inglês) em ambientes masculinos. A ?pin-up? Marilyn Monroe foi uma das principais influências de Juliana. ?A verdade é que a Miriam deseja ser uma Marilyn?, justifica.

As mudanças de visual que a personagem pediu agradaram a atriz. ?O cabelo ruivo casou muito bem com o papel?, opina, afirmando que não tem o menor problema com mudanças. ?Gosto de me ver diferente?, acrescenta. O fato do papel também ser bem diferente de tudo o que ela já tinha feito na tevê, foi outro motivo de empolgação. ?Já tinha participado de outras novelas em que a comédia era o forte. Mas Miriam é a minha primeira personagem puramente cômica?, afirma.

Entre os trabalhos anteriores que Juliana coleciona na tevê, estão duas novelas de Miguel Falabella. Salsa e Merengue, de 1996, e A Lua Me Disse, de 2005. A parceria com o ator e autor começou logo em sua estréia nas novelas. Foi em Cara e Coroa, de 1995, quando teve a oportunidade de contracenar com o veterano. ?O Miguel fazia um vilão e me seqüestrava. Quando gravamos a cena, ele disse que viu talento em mim?, lembra-se com orgulho. Na história, quem interpretava a mãe de Juliana era Louise Cardoso. A atriz recorda com carinho das verdadeiras aulas que recebia de Louise e do diretor da trama, Wolf Maya. ?Eles me ajudaram muito. Foram anjos que apareceram na minha vida profissional?, exagera.

Além de ter também em seu currículo novelas como Uga Uga e Malhação, Juliana conta com uma experiência diferente na carreira: a participação em uma novela portuguesa. Em Senhora das Águas, produzida em 2002, ela e Oscar Magrini eram os únicos atores brasileiros incluídos no elenco. A experiência de trabalhar em Portugal foi ?maravilhosa?, segundo ela. ?Já queria morar um tempo fora. Também foi legal sentir a admiração que eles têm pelos atores brasileiros?, conta, sem esquecer de elogiar o ritmo de trabalho por lá, bem mais tranqüilo que no Brasil, embora as condições técnicas deixassem a desejar.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo