O público de Curitiba terá a oportunidade rara de assistir a uma apresentação do músico Grafite. Um dos brasileiros de maior sucesso na Europa, o artista, que atualmente vive na Bélgica, está de volta à sua cidade natal por apenas poucos dias. Neste período, ele vai aproveitar para relembrar velhas canções e apresentar músicas novas a antigos amigos e familiares.
Porém, o espectador em geral também terá vez. Nesta sexta-feira, no auditório da Biblioteca Pública do Paraná, ele realiza um show com entrada franca, às 19h, para todos que apreciam a boa música.
Na apresentação, o público terá a oportunidade de conhecer canções inéditas, que irão fazer parte do CD Deus, você e eu, que será lançado em dezembro, na Europa.
O disco será composto de treze faixas, todas composições próprias e cantadas em português. “Trabalho muito com europeus, gravando e fazendo shows. Sinto saudade de fazer trabalhos no Brasil, mas não existem planos futuros. Vou tentar trazer o novo CD para cá”, conta Grafite.
Praticamente nascido e criado no bairro Mercês, dentro de uma família numerosa, com muitos tios e primos, Grafite é filho do compositor Lápis, um dos mais renomados músicos paranaenses.
Começou a compor com apenas dez anos de idade (sua primeira música foi Eu vou sair desta cidade) e, aos treze, já se apresentava em programas de televisão. Teve influências diversas, como da bossa-nova, do tropicalismo, pagode, samba, samba canção, afoxé, baião e outros ritmos.
Além de se apresentar em casas noturnas, o que fez até os dezesseis anos, realizou vários shows, como violonista, com o grupo de música folclórica Gralha Azul. Antes de se profissionalizar, aos dezoito anos, realizou diversas excursões pelo Brasil.
Em 1984, Grafite realizou seu primeiro show, intitulado Fé-menino, no antigo Teatro de Bolso de Curitiba. A partir de então, assinou a trilha sonora de peças de teatro e passou a ser figura carimbada em diversos acontecimentos musicais realizados na capital paranaense.
Ao longo de sua carreira, Grafite realizou parcerias com grandes nomes, como Paulo Leminski, Nelson Di Cordova e Alice Ruiz, além de manter contato com personalidades das quais sempre se declarou fã, como Caetano Velozo e Gilberto Gil.
Aliás, uma foto de Grafite ao lado de Gil é exposta em um porta-retrato, que hoje enfeita a mesa de centro da sala da residência da família do músico, nas Mercês. Outra imagem, com Caetano, foi transformada em quadro, que junto com fotos de família, confere clima de receptividade, simplicidade e simpatia à casa.
Com diversos CDs gravados e várias turnês pela Europa, onde vive há vinte anos, Grafite foi o primeiro brasileiro a tocar no parlamento europeu. Além disso, foi o primeiro compositor brasileiro convidado à participar de um projeto para a emissora belga de televisão RTBF.