Sem colocar disco na praça há quatro anos, a baiana Margareth Menezes conquista a multinacional Universal e coloca seu bloco na rua com Maga Afropopbrasileiro. As músicas estavam gravadas desde novembro de 2001, mas não ficaram fadadas a uma única estação do ano.
“Quando o mercado elege só uma determinada linha de música, fica difícil atender o apelo e vender”, diz a cantora que atende pelo apelido de Maga, explicando uma esticada ausência do meio fonográfico. “Falta de espaço, falta de oportunidade e falta de gravadora”, resume, sem esconder-se em desculpas.
Maga Afropopbrasileiro, sexto disco da intérpetre e compositora, enfatiza já no título o ataque musical da Bahia. “Neste CD tem muita música minha, pois venci a timidez de mostrar meu trabalho de compositora. Mas destaco as participações especiais e a homenagem, com arranjo funk e eletrônico, para Elis Regina”, observa Margareth Menezes em entrevista telefônica.
Carlinhos Brown assina produção e arranjos. O disco, aliás, foi gravado em seu estúdio, na Ilha dos Sapos. São onze faixas de ritmos afro-brasileiros com um comportamento pop.
Pela terceira vez, Maga grava Lenine e agora com ele. Grava Belchior, “que curtiu muito na adolescência e que deu espaço no palco no início da minha carreira”, canta com Ivete Sangalo, “uma delícia”, e como luxo conta com uma canção de Zeca Baleiro. Mas é ele quem exulta: “Finalmente realizo o desejo de ouvir uma canção minha gravada pela Margareth Menezes. Margareth é uma artista deslumbrante, brasileira até a alma, uma força da natureza. Feliz do compositor que ela cante!” E que bom que o sul também possa ouvi-la, fazendo sol ou frio.
