Musical ‘Priscilla, Rainha do Deserto’ chega ao Brasil

Um ônibus colorido, quase psicodélico, deve chegar a São Paulo em março do próximo ano. Mundialmente conhecido como Priscilla, virá de navio, desde a Espanha. E seu porto final será o Teatro Bradesco, onde, no dia 16 daquele mês, estreia o musical “Priscilla, Rainha do Deserto”. “Só essa transferência vai custar R$ 1,5 milhão”, anunciou Leonardo Ganem, diretor-geral da GEO Eventos, empresa que, associada à Base Entertainment, será responsável pela produção brasileira. “É um investimento caro, mas justificável para trazer um espetáculo que estreou há pouco tempo na Broadway.”

Essa é a meta da parceria das duas empresas, dispostas a investir em grandes eventos culturais – em abril, por exemplo, será a vez do Lollapalooza, que vai acontecer no Jockey Club. “Nosso objetivo é trazer musicais novos, que não tenham ainda iniciado carreira lá fora”, emenda Ganem.

E “Priscilla” é o abre-alas: na Broadway, o musical estreou em março deste ano, depois de grande sucesso de público na Austrália e em Londres. A estrutura que vem ao Brasil é a que está atualmente em cartaz na capital inglesa. Leonardo Ganem não revelou valores mas, a julgar pelo custo do transporte do ônibus, é de se esperar uma produção próxima dos R$ 10 milhões. Afinal, o elenco brasileiro já está escalado com 27 integrantes, dos quais dois atores mirins.

Alguns estão ainda em atividade, como o jovem e talentoso André Torquato, de apenas 18 anos – ele está em “As Bruxas de Eastwick”. E também um veterano, Saulo Vasconcelos, grande estrela do teatro musical brasileiro, em cartaz com “Mamma Mia!”. “O mercado está aquecido, a ponto de eu emendar um trabalho no outro”, comemora Vasconcelos que, antes do “Mamma”, esteve em “Cats”. Ele também viverá um papel inédito no palco: o de um homem que se apaixona por outro. “Serei Bob, o mecânico que embarca no ônibus das drags e que vai ter um relacionamento com Bernadette.”

Por conta do curto período entre a estreia mundial e a brasileira de “Priscilla”, praticamente nenhum ator do elenco conseguiu assistir ainda ao musical. “Pretendo ver agora em dezembro, em Nova York”, conta Torquato, que viverá Adam, conhecido como Felicia, a mais espevitada das drags. “No cinema, o papel foi interpretado por Guy Pearce, que deixou uma marca profunda”, comenta. “Mesmo assim, já estou preparando a minha versão do papel.”

“Priscilla” foi um grande sucesso no cinema, nos anos 1990. A ideia partiu do diretor australiano Stephan Elliott que, inicialmente, planejava um musical tradicional. Não encontrou produtores interessados no projeto. Fã de Carmen Miranda, ele mudou de planos e passou a pensar em drag queens. Imaginou duas drags e um transexual percorrendo o deserto australiano. Uma imagem não lhe saía da cabeça: uma das drags, de pé sobre um ônibus cor-de-rosa, desfralda o manto de lamê, como se fosse uma bandeira. Recriada na tela grande, tornou-se um símbolo.

A transexual Bernadette será vivida por Ruben Gabira, enquanto a outra drag, Mitzi, por Luciano Andrey. Uma das divas ganha interpretação da atriz Simone Gutierrez, que brilhou em “Hairspray”. A experiente Tania Nardini assina a coreografia enquanto Miguel Briamonte comandará a orquestra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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