É comum aos adolescentes, quando atingem a maioridade, o desejo de sair debaixo das asas dos pais e desbravar o mundo que há além de toda a barreira protetora. Marty, uma zebra nascida e criada em cativeiro e que passou toda a vida exposta na vitrine do zoológico do Central Park, em Nova York, teve a mesma vontade. Influenciado por seus colegas pinguins, ele parte em busca de uma aventura selvagem e foge de sua “casa”. O leão Alex, a girafa Melman e a hipopótamo Gloria, seus amigos de infância, ficam preocupados com o desaparecimento e partem em sua busca. Assim começa a aventura de “Madagascar Ao Vivo!”, musical da DreamWorks, em cartaz até o dia 6 de outubro, no Ginásio do Ibirapuera.
O espetáculo é uma adaptação da animação “Madagascar”, de 2005. A diferença fica por conta das músicas, já que no palco, ao contrário do desenho, os animais cantam e dançam não somente o hit “I Like To Move It, Move It”, do rapper Will.I.Am. “Os personagens e a história são muito divertidos. Adaptar uma obra não musical em um musical até que não foi difícil, precisamos apenas encontrar o ponto certo para que o roteiro não fosse distorcido”, disse a coreógrafa e diretora-assistente Jenn Rapp à reportagem.
Na saga, os animais encontram Marty na estação central de trem, mas são atingidos por dardos tranquilizantes, desmaiam e acabam capturados por um grupo de humanos que luta para tirar animais selvagens de cativeiros e devolvê-los a seu habitat natural. O problema é que os pinguins, os mesmos que estimularam a zebra a deixar o zoológico, sabotam o navio e rendem toda a tripulação com seus golpes faixa-preta de caratê. Ao conduzir a embarcação, eles se perdem em alto-mar e chegam à ilha de Madagascar, onde precisam descobrir como sobreviver à verdadeira vida selvagem.
“Embora sejam de cativeiro, há comportamentos instintivos nestes animais. O leão Alex, por exemplo, faz seus rugidos normalmente, é um verdadeiro carnívoro e um líder nato. Coube ao elenco, com a nossa orientação, reproduzir os movimentos para chegar o mais próximo do real”, comentou Jenn.
Quem vê o entrosamento do elenco e a boa presença de palco logo pensa que os atores tiveram um largo tempo de preparo e treinos. Mas eles se uniram pela primeira vez no dia 5 de setembro, quando começaram os ensaios gerais. Somente dois dias antes da estreia o grupo treinou com todos os aparatos de seus personagens.
“O início foi muito difícil, devido ao intenso ritmo de trabalho e também por uma gripe, que me tomou logo no primeiro dia e se alastrou por todo o elenco”, diz Gabriel Soares Manita, intérprete de Alex. O ator, natural de Curitiba, faz sua estreia em São Paulo e também a frente de um musical de grande porte. “Atuei em musicais e operetas na minha cidade, mas sei que existe um peso diferente em trabalhar aqui, ainda mais com uma produção estrangeira e deste porte. É como se o tigre estivesse saindo da jaula, porque quero mostrar o meu trabalho e ter outras boas oportunidades como esta”, conclui.
O elenco conta com o mexicano Álvaro Florez, na pele da girafa Melman, que acompanha a produção em toda a temporada na América Latina. Florez mede 1,90 m, mas ganha quase o dobro de sua altura ao vestir a fantasia. “Minhas pernas ganham pouco mais de 1 metro por conta das plataformas que uso. Tenho que me equilibrar em duas hastes metálicas, presas a um suporte. Até hoje, caí somente uma vez, mas não foi nada sério. Com minha máscara, cresço mais uns 40 cm. Viro um gigante no palco”, diz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
MADAGASCAR – AO VIVO!
Ginásio do Ibirapuera (R. Manoel da Nóbrega, 1.361, tel. 3887-3500). Sexta (27/9), 15h; 5ª e 6ª, 15h e 20h; sáb./dom., 11h, 15h e 19h. R$ 40 a R$ 200. Até 6/10