De “She Loves You” a “Hey Jude”, o musical “Let it Be”, que reúne os sucessos mais conhecidos dos Beatles, chegou ao West End londrino no aniversário dos 50 anos do nascimento do quarteto de Liverpool.
Os hits se seguem em ritmo frenético no palco em um “concerto teatral”, como o denomina seu produtor, Jamie Hendry, com 30 canções com as quais o público “continuará sendo sempre jovem”.
O espetáculo, que pode ser visto no Prince of Wales Theater até janeiro, atrai um público majoritariamente de meia idade que, durante duas horas, não para de cantar e até dança nos corredores canções como “Twist and Shout” e “Get Back”.
Após um início intenso com “She Loves You”, “Please Please Me”, “From Me to You” e “I Want to Hold Your Hand”, o primeiro ato do musical narra a ascensão dos ingleses ao estrelato, sua chegada aos Estados Unidos e sua apresentação no Shea Stadium de Nova York, em 1965, enquanto imagens em preto e banco de fãs enlouquecidos são projetadas ao fundo.
“Let it Be” não é apenas a história da banda mais conhecida da história até sua separação, em 1970, mas também o retrato de uma época marcada pela escalada bélica da Guerra Fria e os movimentos a favor da paz impulsionados pelos jovens.
De fato, a obra, estruturada nos diferentes períodos do quarteto inglês, despede-se antes do intermédio com a imagem da explosão de uma bomba nuclear enquanto se ouve “A Day In The Life”, eleita pela revista “Rolling Stone” a melhor canção dos Beatles.
Quinze minutos depois, o segundo ato do musical se enche de cor e de palavras de ordem de “paz e amor”, e os atores sobem ao palco para cantar e tocar “All You Need Is Love”.
Na noite do dia 27 de setembro, na apresentação fechada para a imprensa do musical, que está em cartaz desde o dia 14 em Londres, os encarregados de ressuscitar o famoso quarteto foram Reuven Gershon (John Lennon), Emanuele Angeletti (Paul McCartney), Stephen Hill (George Harrison) e Gordon Elsmore (Ringo Starr).
Os quatro, escolhidos através de testes internacionais, interpretam membros dos Beatles em diferentes projetos há anos. “Let it Be” é, ainda, uma ode ao imaginário pop britânico: o público aprovou as paródias de anúncios de televisão da década de 1960, vistas na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, que encheram de orgulho o Reino Unido.
O encerramento do musical chega ao som de “Hey Jude”, cantada por Paul McCartney, que acaba de completar 70 anos. Grande parte do protagonismo é de Gershon, que interpreta Lennon – eleito recentemente o “maior ícone musical dos últimos 60 anos” em uma votação organizada pela revista britânica “New Musical Express”.
O mais aplaudido foi Hill (Harrinson) durante a canção “While My Guitar Gently Weeps”, uma das poucas músicas que o beatle mais místico compôs, assim como “Here Comes The Sun” e “Something”.
“Let it Be” e “Yesterday”, dois dos momentos mais emocionantes do espetáculo, são acompanhados apenas por piano e violão, respectivamente, por Angeletti (McCartney).
“Help”, “Strawberry Fields”, “Lucy in The Sky With Diamonds”, “In My Life” e “Give Peace a Chance” completam o repertório do concerto, recomendado tanto para beatlemaníacos como para aqueles que quiserem conhecer um pouco mais a banda que mantém a honra de ser até hoje a que vendeu mais discos na história, um recorde estimado em cerca de 1 bilhão de cópias.