Música no filme do Cazuza

Parte musical mostra coquetel de influências do cantor.

Esse filme mostra que Cazuza foi poeta por acaso, cantor por exclusão (não havia mais nada que quisesse fazer) e líder geracional por acidente. Fumou maconha nas páginas de um livro de Allen Ginsberg, leu Garcia Lorca para o amante que lavava pratos e deixou-se influenciar terrivelmente por um produtor mefistofélico, Ezequiel Neves (o Zeca do filme).

Nada disso, no entanto, depõe contra Cazuza. Ele foi uma personalidade tão particular que suas deficiências intelectuais – consta que suas letras eram copidescadas pelos seus mentores, a mãe e Zeca – não fizeram a menor diferença. Ele disse a que veio.

Manipulado em certa medida (da mesma forma que o foram Johnny Rotten, Mick Jagger ou Kurt Cobain), ele se postou acima das expectativas e produziu uma obra fundamental para o pop nacional.

O primeiro rock que Cazuza canta no filme é Smoke on the Water, do Deep Purple, numa versão garagem, suja, insolente. Ele também fala sobre sua influência de Janis Joplin e, num aparente paradoxo, de Cartola e da velha guarda do samba.

No filme, atribui-se a Frejat a responsabilidade pelo rompimento entre Cazuza e o Barão Vermelho. Frejat, parece, nega que tenha brigado com Cazuza porque este quis cantar samba e bossa-nova e o grupo preferia o rock?n?roll. O fato é que quando Cazuza gravou Faz Parte do Meu Show, em 1988, houve quem torcesse o nariz para sua incursão pela bossa.

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