Música do século XX custa menos

Se você acha que 5 reais por um disco pirata é crime, além de ele funcionar apenas umas poucas vezes; se você também tem restrições (morais ou de qualidade) ao fazer download de músicas na internet; e se você ainda é pão-duro ou pobre; e também acha que 30 reais por um disco é um assalto, existe uma nova forma para comprar CDs bons, de qualidade e baratos.

É claro que não se trata de lançamentos e tampouco bandas famosas (que fazem barulho apenas) dos tempos atuais. Nada de Xuxas, pagodeiros, temas de novelas, pop-americano-depressivo ou axés da vida. Também você não encontrará em qualquer loja da cidade, principalmente as chiques em shoppings e afins. Estou falando de jazz, blues, rock and roll do século XX, antiques e não antigos, vintage, peças de colecionador, que a maioria pode chamar de velharia, mas, na verdade, são clássicos produzidos por músicos e cantores de verdade.

Dia desses, fuçando em um desses megasupermercados de Curitiba (aproveite eles existem em quase todas as cidades com mais de cem mil habitantes) encontrei vários discos de primeiríssima qualidade. Por exemplo, Jazz Session da gravadora inglesa HeyPresto! – sim, o Cd é importado, remasterizado em 1997 -, e custa cinco reais e alguns centavos no Wall Mart. São 16 músicas, todas ótimas. Count Basie, Duke Ellington, Miles Davis, Charlie Parker, Sarah Vaughan e a insuperável Ella Fitzgerald cantando duas músicas. Tudo inédito.

Em outra prateleira encontrei, por 9 reais, Autumn Leaves gravado pela da A/D alemã, uma pequena obra-prima de Winton MArsalis, Dave Brubeck, Art Blakey, Thelonius Monk e Chet Baker. Sessenta e dois minutos de música americana, autêntico jazz do século XX, moderno e tradicional. Imperdível.

De qualquer maneira, fica a dica. Procure em supermercados, grandes lojas, lojas pequenas escondidas no centro da cidade. Em todas elas existem encalhes de CDs de rock and roll, jazz e música brasileira antiga. Todos de primeira linha a preços inferiores a 10 reais. As lojas compram os grandes sucessos, sertanejos e sambistas que tocam nos auditórios de Faustões e Raul Gils. As gravadoras empurram junto com esses sucessos duvidosos, discos encalhados, na maioria essas antigüidades de muito valor.

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