Museu Oscar Niemeyer mostra 70 obras de Luiz Carlos de Andrade Lima

O Museu Oscar Niemeyer abre no próximo dia 28, às 19h, a mostra Luiz Carlos de Andrade Lima ? O artista curitibano. O público poderá visitar a exposição entre 29 de março e 17 de junho. O artista (1933-1998) usou as cores para pintar os mais diversos temas, com ênfase para os religiosos e os sociais. São figuras do povo, gente simples das ruas e praças, figuras de Cristo, de São Francisco, dos bares e das mulheres da noite curitibana. Por isso, ficou conhecido como o ?cronista de Curitiba?. ?Vejo arte em tudo e pinto com meu subconsciente?, declarou Andrade Lima em entrevista a uma revista da época.

A exposição apresenta cerca de 70 obras, pinturas e desenhos, da década de 50 à de 90. Na seleção feita pela curadora Nilza Knechtel Procopiak, está desde a primeira obra realizada pelo artista como profissional ? ?Flores?, de 1950 ?, até um dos últimos trabalhos ? ?O artista no bar?, de 1996. A maior parte do acervo pertence à viúva Maria Lúcia de Andrade Lima. São obras, muitas inéditas, que o artista mantinha em trainéis no atelier de Curitiba.

A curadora ressalta que esta é uma ?oportunidade única? para os apreciadores e estudantes de arte, principalmente da nova geração, conhecerem os desenhos e as pinturas do artista. ?A totalidade de sua obra é proveniente do trabalho solitário, de uma personalidade teimosa, que lutou para impor seus pontos de vista, principalmente por se manter fiel ao figurativo em uma época de tantos modismos em arte abstrata e conceitual. E o resultado dessa tenacidade é que, a cada dia que passa, sua obra não só se valoriza mais como serve de exemplo aos artistas mais jovens que, paradoxalmente, estão pintando e revitalizando o figurativo.?

Segundo ela, ocorreu uma corrente expressionista no Paraná, principalmente depois da chegada em Curitiba de Guido Viaro. No entanto, para a curadora, Viaro pode ser considerado ?muito mais o iniciador do Modernismo no Estado?, enquanto Andrade Lima, que foi aluno de Viaro, acabou divergindo mais para Di Cavalcanti, Cícero Dias e, às vezes, para Toulouse-Lautrec. ?Da confluência destes artistas é que nasceu a parte mais vibrante da obra de Luiz Carlos de Andrade Lima, registrando um aspecto mais mundano, menos curitibano, pintado e desenhado muito mais no desejo de se alcançar uma equivalência ao calor e acolhida do Rio de Janeiro que à realidade da fria geada que existia, na época, em Curitiba.?

A trajetória do artista

Luiz Carlos de Andrade Lima nasceu em Curitiba, em 1933, onde também morre, em 1998. Ele foi pintor, desenhista, gravador, escultor, ilustrador, poeta e, como artista, ?foi quem mais captou a alma de Curitiba?, diz a curadora da exposição Nilza Procopiak. O artista teve seus primeiros contatos com o desenho e a pintura por volta dos oito anos de idade. Ainda jovem, foi discípulo de Guido Viaro, na Escolinha de Arte do Colégio Estadual do Paraná. Logo depois de completar o que seria hoje o ensino médio, começou a dedicar-se profissionalmente à pintura.

Fez o curso de pintura na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), graduando-se em 1957. No ano seguinte, realizou a sua primeira exposição individual, patrocinada pelo Círculo de Artes Plásticas do Paraná, no Salão de Exposições da Biblioteca Pública do Estado. Estudou perspectiva e composição na pintura e baixo-relevo em 1961. Em 1963, estagiou na Fundação Armando Álvares Penteado, em São Paulo, tendo como mestre e orientador o gravador Marcelo Grassmann.

Com experiência em litografia, gravura em metal e xilogravura, o artista retornou para Curitiba e, aqui, em 1968, fez licenciatura em Desenho, na Universidade Católica do Paraná (PUC-PR). Nesse período, iniciou suas atividades como professor de paisagem e desenho na Embap, função que exerceu até 1983. Em 1978, foi nomeado diretor da Escola de Arte Alfredo Andersen, hoje Museu Alfredo Andersen, onde também foi orientador do Curso Livre de Pintura.

Dois anos mais tarde, em 20 de março de 1980, fundou a Andrade Lima Galeria e Escola de Arte, onde passou a dar aulas. A instituição funcionava em três endereços: no Batel e no Boqueirão, além da sede campestre de Ferraria, em Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba, onde dava aulas de paisagem. Entusiasmado com a arte religiosa, o artista pintou, em 82, as 14 estações da ?Via Sacra? e as ofereceu à Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Chagas, em Curitiba.

Mostras

Ao longo da carreira, Andrade Lima realizou mais de 20 mostras individuais, ?na maioria das vezes exibindo grande número de obras inéditas, quando não a totalidade?. Entre as principais estão as exposições realizadas na Galeria Copacabana Palace (RJ), em 68; na Escola de Artes Fritz Alt (SC), em 69; no Museu de Arte Contemporânea do Paraná, em 72; no Museu Guido Viaro, em 86; na PUC-PR, em 90; no Museu Alfredo Andersen, em 92; e no Museu de Arte do Paraná, em 99.

?Com uma trajetória brilhante na arte paranaense, Andrade Lima também conquistou dezenas de prêmios?, afirma a curadora. Ela destaca o primeiro prêmio, em 1957, com a Menção Honrosa em Pintura, no I Salão de Artes Plásticas para Novos, e o Prêmio Distinção Especial Aquisição, em 1989, no II Salão Nacional de Arte Religiosa da PUC-PR.

Em 1993, o artista foi agraciado com o Prêmio Cidade de Curitiba 300 Anos ? Melhor Pintor e, no ano seguinte, recebeu sua consagração máxima, sendo homenageado pelo Governo do Estado como Cidadão Benemérito do Paraná, em agradecimento à sua obra como artista e mestre.

Serviço Exposição:

Luiz Carlos de Andrade Lima ? O artista curitibano
Abertura Convidados: 28 de março
Abertura Público: 29 de março
Período de Exibição: até 17 de junho
Patrocínio: Eletrobrás e Copel
Apoios: Governo do Paraná, Ministério da Cultura
Onde: Museu Oscar Niemeyer, Rua Marechal Hermes, 999. Centro Cívico ? CEP: 80530-230
Telefone: (41) 3350-4400
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h
Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes
(Não pagam crianças de até 12 anos, maiores de 60 anos e grupos agendados de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental)

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