Museu Oscar Niemeyer apresenta obras do artista mineiro José Antonio

Reconhecido pelas formas orgânicas de suas pinturas e esculturas, como a série Catedrais Espaciais, o artista plástico José Antonio de Lima (Sacramento-MG, 1954) exibe um seleto conjunto composto de aproximadamente 50 obras, criadas entre 2003 e 2006. A maioria delas é inédita e foi produzida principalmente nos dois últimos anos. O Museu Oscar Niemeyer abre a mostra José Antonio ? Visibilidades para jornalistas e convidados, no próximo dia 03, às 19 horas. A visitação pública poderá ser feita entre 04 de agosto e 08 de outubro, das 10h às 18h, de terça a domingo.

?O Museu tem um público diversificado. Por isso, selecionamos obras de outras fases, para que as pessoas possam ter o entendimento do desenvolvimento do trabalho.? De acordo com Lima, a série de esculturas Catedrais, construídas com tecido e ferro, é composta por várias peças, ou módulos, que ?futuramente? podem vir a compor uma grande escultura. A série foi iniciada em 2000 e já conta com mais de dez peças. Entre as esculturas também há trabalhos que tem como matéria-prima o papel e seus derivados.

?Toda obra de José Antonio é feita de aparência: ela nos engana, nos pega pela mão para passear por um mundo fantástico que é, na verdade, cenográfico?, analisa o mestre em História da Arte e da Cultura pela Universidade Estadual de Campinas, Fabrício Vaz Nunes. Na opinião dele, o segredo da ilusão criada pelas obras do artista está na escolha de materiais. ?José Antonio diz que ?todo material é orgânico? ?ou seja, vivo. Sua preferência pela pasta de papel, pelo ferro e pelo tecido é determinada pelo fato de que estes são materiais em lenta e constante transformação, como tudo na natureza, ou na existência. A obra, assim, nunca, está verdadeiramente terminada: o tempo se encarregará de modificar o seu aspecto e, talvez, destruí-la. Por outro lado, a manipulação destes materiais parece reconstituir neles um aspecto natural ou primitivo: é assim que a grade industrializada se transforma em casulo natural, como as vigas de metal se transformam em instrumentos primitivos.?

A exposição apresenta ainda pinturas e desenhos em papel e tela. Para outros especialistas, os desenhos e as pinturas de José Antonio servem de base na criação das esculturas. ?As experiências que acumulou em contato com a zona rural (o artista viveu no Norte do Paraná, região agrícola do Estado) foram, sem dúvida, determinantes para a criação e execução de suas obras. A terra, os objetos, casulos, totens e os grafismos simbólicos, figuras simplificadas que fazem parte de seu repertório de forma essencial, estão expressos nas suas pinturas por meio de texturas e traços de grande força expressiva. A construção destas estruturas, organizadas pelas matrizes da memória, é que serviram de maquetes para as suas obras tridimensionais?, afirma a mestra em Educação pela Universidade Federal do Paraná, Maria Cecília Araújo de Noronha.

José Antonio confirma a análise: ?os desenhos sobre papel fazem parte do desenvolvimento das Catedrais, estão interligados. É como um pré-projeto, às vezes eu desenho antes, às vezes eu desenho depois?. O curador da exposição, Guillermo Machuca, explica que as obras do artista ?se imprimem no interior de um imaginário que resiste à implacável dominação do discurso global?.

?(…) Ensinam que uma possibilidade de resistência passa por tornar visível aquilo que, apesar da mundialização do planeta, resiste a desaparecer. Em sua obra, a natureza opera como uma linguagem de resistência. Trata-se de propostas estéticas necessárias ao momento de pensar a arte latino-americana no instante de dissolução no interior de uma cultura cada vez mais indiferenciada.? É justamente para este ponto que o artista pretende convergir a atenção do público: ?Nesta exposição não queremos dar visibilidade apenas para as  questões estéticas, há outras visibilidades possíveis. A arte serve para isso, para tornar visível, para desenvolver a consciência e fazer pensar. Penso que a sociedade tem a consciência muito manipulada pela indústria cultural e existem muitas formas de ver o todo.?

José Antonio de Lima, que desde a adolescência vive no Paraná, é formado em Jornalismo. Como artista já conquistou oito prêmios, realizou 15 exposições individuais e participou em mais de 50 exposições coletivas. Para saber mais sobre a produção do artista acesse o site www.joseantoniodelima.com.br.
           
Serviço:
José Antonio – Visibilidades
Abertura Convidados: 03/08, às 19h
Abertura Público: 04/08
Período de Exibição: até 08/10
Onde: Museu Oscar Niemeyer – Rua Marechal Hermes, 999 – Centro Cívico ? CEP: 80530-230
Telefone: (41) 3350-4400
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h
Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes identificados
(Crianças de até 12 anos, maiores de 60 e grupos de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental, agendados não pagam)
Solicitação de Agendamento entre em nosso site www.museuoscarniemeyer.org.br

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