O Museu Lasar Segall, na Vila Mariana, único museu federal em São Paulo, recebeu oficialmente em doação ontem, da família do pintor Lasar Segall, o último lote de expressivas obras, documentos, mobiliário, matrizes e objetos. Além da cessão definitiva da casa anexa, de 700 metros quadrados, projeto do arquiteto Jorge Wilheim. O lote passa a integrar agora o acervo da instituição, hoje com mais de 3 mil obras, que é público.
Atualmente gerido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), ligado ao Ministério da Cultura, o museu foi idealizado por Jenny Klabin Segall em 1967 e implementado pelos filhos do pintor, Mauricio e Oscar Klabin Segall (já falecido).
Mauricio Segall, seus filhos e Beatriz Segall (nora do pintor), além de convidados como o ensaísta e crítico literário Antonio Candido, participaram da cerimônia de doação de todo o lote – 8 mil documentos, 5.304 fotografias, 501 objetos – incluindo peças pessoais de trabalho do artista -, 171 matrizes de gravuras, 12 móveis e mais 8 obras. Também presente ao evento, o ministro da Cultura, Juca Ferreira, anunciou a doação de uma 9.ª obra: uma aquarela de 1956.
Oficialmente, desde janeiro o Museu Lasar Segall não pertence mais à família. Foi quando foram derrubadas as últimas salvaguardas que mantinham o patrimônio do museu ainda passível de ser retomado pela família – como a sede da instituição, projeto modernista de Gregori Warchavchik, residência de 1936, onde viveu Lasar Segall.
O ministro Juca Ferreira disse que Lasar Segall, que nasceu na Lituânia, poderia ter sido um artista de peso no ambiente de vanguarda da Europa, mas preferiu instalar-se no Brasil, onde “disseminou conhecimento técnico sofisticadíssimo” e demonstrou em sua obra grande comprometimento com a cultura brasileira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.