“Domingo nóis fumo num samba no Bixiga/ Na Rua Major, na casa do Nicola./ À mezza notte o’clock saiu uma baita duma briga/ Era só pizza que avoava, junto com as brajola.” O falar italianado, típico dos primeiros moradores do bairro do Bexiga, foi eternizado sobretudo nas canções de Adoniran Barbosa (1910-1982). Já o restante da memória da região está bem-guardado em um sobrado de sete cômodos na Rua dos Ingleses: o Museu do Bixiga, que, depois de cinco anos fechado por problemas administrativos, reabre suas portas ao público hoje.
A diretoria da instituição, inaugurada em 1981 e considerada o mais antigo memorial de bairro paulistano, traça planos ousados para movimentar o espaço: quer restaurar o imóvel, digitalizar o acervo fotográfico e passar a oferecer cursos. “Esperamos conseguir patrocinadores para esses projetos”, diz o presidente do museu, Paulo Santiago.
Entre os 1,5 mil itens do acervo, há o kit completo de um “bexiguense” soldado revolucionário de 1932 – espingarda e capacete -, uma cadeira de dentista dos anos 20, carrinhos de rolimã, uma geladeira quase centenária, um televisor e itens pessoais de Adoniran Barbosa – gravata, chapéu, cachecol e isqueiro.
“É comum que produtoras de TV nos procurem, para utilizar esses objetos em séries e novelas de época”, conta Santiago. Outro tesouro é o material iconográfico: são 8 mil fotografias, que ajudam a reconstituir a história do bairro paulistano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Onde fica – Museu Memória do Bixiga. Rua dos Ingleses, 118, Bela Vista, São Paulo. Informações pelo telefone (11) 3262-3156. Horário de funcionamento: de terça a sexta-feira, das 14 horas às 18 horas. Grátis.