A coleção de gravuras do artista plástico Lívio Abramo (1903-1992), pertencente ao acervo da Fundação Cultural de Curitiba, estará em exposição a partir de hoje no Museu da Gravura Solar do Barão. Estarão reunidas 50 obras representativas de todas as fases da vida artística de Lívio Abramo, um dos mais renomados mestres da gravura brasileira. A mostra integra a programação de aniversário dos 312 anos de Curitiba.
Parte das obras que compõem a exposição foi doada pelo próprio artista, enquanto outras integram um conjunto doado pela Shell em 1991. Lívio Abramo participou das primeiras edições da Mostra da Gravura Cidade de Curitiba, realizadas pela Fundação Cultural de 1978 a 2000, e foi referência para muitos artistas curitibanos.
Como marco do seu relacionamento com a arte paranaense, a exposição apresenta um retrato de Lívio Abramo feito por seu amigo Poty Lazzarotto.
Entre os destaques da exposição, montada sob a curadoria de Nilza Procopiak, está a série Macumba, tida pelos críticos como uma das mais importantes de sua produção. Para o crítico Mário Pedrosa, nesta série, ?sua arte alcança um equilíbrio plástico mais alto e, ao mesmo tempo, mais sóbrio e mais rico. As suas figuras de macumba tomam uma verticalidade gótica, um vigor plástico que nunca tiveram na arte brasileira. São despojadas de qualquer pormenor anedótico e de qualquer primitivismo exótico, para só ficar delas um ritual de ordem tão hierática, tão plástica, que se eleva à universidade de uma nobre cerimônia religiosa da alta antigüidade?.
Lívio Abramo tornou-se mais conhecido como gravador, já que expressou-se através das várias técnicas de gravura, como xilogravura, linóleo gravura, litogravura e gravura em metal. Mas foi, além disso, exímio desenhista e aquarelista.
Serviço
Gravuras de Lívio Abramo – Museu da Gravura Centro Cultural Solar do Barão (R. Carlos Cavalcanti, 533).
De 24 de março a 19 de junho. De terça a sexta-feira, das 9h às 18h; sábados e domingos, das 12h às 18h. Entrada franca.