Está aberta no Museu da Gravura Cidade de Curitiba (Solar do Barão ? R. Carlos Cavalcanti, 533) a exposição "A paisagem na gravura ? Carlos Oswald". A exposição reúne obras do acervo da Fundação Cultural de Curitiba, que detém alguns dos melhores trabalhos de Carlos Oswald, um dos pioneiros das escolas de gravura no Brasil. As obras vão permanecer em exposição até 2 de março de 2006, na Sala do Acervo. O horário de visitas é de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h. Sábados e domingos, das 12h às 18h.

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Com curadoria de Nilza Procopiak, foram escolhidas onze obras do artista. Dez fazem parte do álbum "Carlos Oswald Gravuras" – uma impressão póstuma realizada em 1979, em São Paulo. O responsável pelos serviços de impressão foi Marcelo Grassmann, também gravador e um dos seguidores da escola de Oswald. A décima primeira obra é a gravura "Bois molestados pelas moscas", também uma edição póstuma, impressa em 1982. A matriz em água-forte é de 1935. A gravura foi comprada do Museu Nacional de Belas Artes pela Fundação Cultural de Curitiba em 1984.

Nascido na Itália, filho de pais brasileiros (filho do maestro Henrique Oswald), o artista é reconhecido especialmente pelas suas gravuras, embora tenha realizado também pinturas, murais e vitrais. "Apesar das gravuras em que aborda temas religiosos, além de uma série de retratos nos quais registra as feições dos grandes músicos e personalidades da história, sua melhor produção foram indiscutivelmente as paisagens", afirma a curadora Nilza Procopiak. "Nelas, o artista aproxima toda a minúcia de seu desenho e técnica aprendidos na Europa com a grandeza e magnificência de uma paisagem quase selvagem que veio a conhecer quando se mudou para o Brasil", explica Nilza.

Oswald gravou em metal a arquitetura e as paisagens dos locais onde passava, cenas de costume e da mitologia, alegorias, retratos. Grande parte de sua obra na Europa, onde viveu até os 31 anos, é constituída pelo registro da vida em Forte dei Marmi, uma região da Itália de onde provém o mármore de Carrara. As obras registram operários trabalhando, comendo ou descansando, condutores de carros de bois que transportavam os blocos de calcário.

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A gravura "Bois molestados pelas moscas" demonstra a liberdade dos traços. "Em seus desenhos de animais, Carlos segue o caminho da emoção. Muito mais do que estudos minuciosos, seus bois são uma demonstração gráfica que une dois gestuais: o da força dos bichos e o gestual da mão do gravador ao registrar a energia despendida no exato momento em que os animais se movem", descreve a curadora.

O artista

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Carlos Oswald nasceu em 1882 em Florença, na Itália, e morreu em Petrópolis em 1971. Cursou a Academia de Belas Artes de Florença, freqüentou ateliês na Alemanha e na França. Entre 1906 e 1909 viajou ao Brasil, onde realizou uma individual e participou da Exposição Geral de Belas Artes do Rio de Janeiro (antiga denominação do Salão Nacional de Belas Artes).

Em 1913 voltou mais uma vez ao Brasil e o início da Primeira Guerra Mundial impediu o seu regresso para a Itália. Decidiu ficar aqui e passou a exercer atividades didáticas. Foram seus alunos Poty Lazzarotto, Hans Steiner, Orlando Dasilva, Renina Katz, Fayga Ostrower, Axel Lescoscheck, entre outros. Estes passaram adiante os ensinamentos de Carlos Oswald para uma segunda geração: Darel Valença, Marcelo Grassmann, Roberto Delamônica e Iberê Camargo.

Serviço
"A paisagem na gravura ? Carlos Oswald"
Museu da Gravura Cidade de Curitiba ? Centro Cultural Solar do Barão (R. Carlos Cavalcanti, 533)
Até 2 de março de 2006. De terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 18h. Sábados e domingos, das 12h às 18h.
Entrada franca.