O Brasil receberá pela primeira vez, em outubro, uma megaexposição com 28 obras relacionadas à carreira do pintor, arquiteto, poeta e escultor italiano Michelangelo. O investimento da exposição, que ficará 60 dias em cartaz no MuBE, em São Paulo, é estimado em R$ 1,5 milhão, bancado por quatro patrocinadores. A exposição é parte da revitalização do MuBE – espaço cultural na zona sul paulistana que oficialmente se chama Museu Brasileiro da Escultura, mas que passou a ser mais conhecido pela alcunha de Museu Brasileiro de Eventos. A nova direção do museu quer retomar a vocação artística.
Jornalista, crítico de artes e autor de 106 livros, Jacob Klintowitz ocupa desde junho do ano passado o cargo de curador artístico do MuBE e tenta aos poucos resgatar a instituição para fins mais nobres do que o simples aluguel para eventos, feiras de antiguidades e exposições duvidosas que viraram a marca do MuBE nos últimos anos.”Queremos prestar um serviço à cidade, às pessoas, que é justamente o objetivo de ter um espaço como esse. O museu é feito para mostrar arte, simples assim”, diz Klintowitz.
“Teremos 2 desenhos originais e 26 esculturas que são emblemáticas da arte ocidental e da própria revitalização do MuBE”, revela Klintowitz. Ainda sem nome, a exposição será dividida em quatro áreas: clássica (com réplicas de obras históricas como Vênus de Milo e a Vitória de Samotrácia); artistas contemporâneos ao artista (como Jacopo della Quercia e Andrea Verrocchio); seguidores de Michelangelo (como Gian Bernini e Vincenzo Danti) e uma sessão reservada a Michelangelo. Nesta última, estarão nove réplicas feitas nos moldes originais do gênio italiano, com obras ímpares como Davi, Busto de Bruto e Pietà.
É a primeira vez que cópias autenticadas dessas esculturas vêm ao Brasil. Os dois desenhos de Michelangelo são ainda mais preciosos – originais de Madonna col Bambino e Nudo di Schiena, que nunca saíram de solo italiano. “Isso é histórico”, diz o empresário Jorge Landmann, presidente do MuBE, que também assumiu no ano passado.
“O valor do seguro é impublicável, por contrato. Mas teremos de ter luz especial, guarda armada sempre ao lado e todos os apetrechos de segurança para garantir a integridade desse patrimônio da humanidade.” Os ingressos para a exposição irão custar R$ 12. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.