No decorrer da História, os rituais envolvendo a vaidade feminina incluíram artifícios diversos. Manter-se bela custava caro, e muitas mulheres, através dos tempos, pagaram o preço. Adornos (penteados, jóias e fitas), trajes (roupas de baixo, vestidos, saias e blusas), cosméticos (cremes, perfumes e maquiagem) e os acessórios (chapéus, bolsas, sapatos e leques) faziam parte do dia-a-dia da mulher.
No final do século XIX, o ideal feminino ainda era inspirado pelo Romantismo. A mulher deveria ser delicada e parecer uma flor. Como resultado, o espartilho torna-se presença obrigatória na vestimenta, acentuando a cintura e o busto e, para o horror da medicina, causando sérias deformações na estrutura óssea. Com a virada do século, surge a tentativa de liberar o corpo da mulher. Após 1914, o espartilho desaparece, as saias encurtam e os cabelos também. Mais tarde, o cinema dita a moda. O rosto passa a ser muito maquiado, os chapéus pequenos e as pernas à mostra com meias de seda com risca.
Nos ?Anos Dourados? a transformação continua: os cabelos presos ou com rabo-de-cavalo – muitas vezes com tinturas -, os chapéus de abas largas e as saias rodadas com anáguas caracterizam o visual da época. Nas décadas de 60 e 70, o papel da mulher na sociedade dá um grande salto. Surge a pílula anticoncepcional e abrem-se as portas no mercado de trabalho.
No final do século XX, a mulher passa a ter uma nova rotina, dividindo-se entre o trabalho, os filhos e casa. Os avanços tecnológicos e o culto exagerado do corpo trouxeram à tona as cirurgias plásticas, juntamente com as inúmeras dietas. Em contra-partida, surgem as ?doenças da beleza?, como a bulimia e a anorexia. Prova de que a vaidade continua tendo alto preço.
Serviço:
O Universo Feminino ? a vaidade do espartilho ao silicone, na Sala das Coleções. De 20 de março a 29 de abril.
Museu Paranaense – Rua Kellers, 289 – Alto São Francisco
De terça a sexta-feira, das 9h30 às 17h30. Sábados, domingos e feriados das 11h às 15h.
Entrada: R$ 2,00 / crianças e idosos: R$ 1,00 – sábados: gratuito
Informações: (41)3304-3300