Músculos, beijos e encontros

Os cinemas trazem hoje três estréias – Triplo X, thriller de espionagem de Rob Cohen, estrelado por Vin Diesel, Beijando Jessica Stein, história de amor GLS dirigida por Charles Herman Wurmfeld, com Jennifer Westfeldt e Heather Juergensen e Retratos de Uma Obsessão, drama de Mark Romanek com Robin Williams. O badalado curta curitibano O Encontro, de Marcos Jorge, comédia musical que já faturou dez prêmios (sete no 6.º Festival de Cinema, Vídeo e DCine e três kikitos no último Festival de Gramado) abre hoje às 20h na Cinemateca a semana comemorativa dos 10 anos da Avec – Associação de Vídeo e Cinema do Paraná.

Triplo X parece uma versão marombada (e sem metade do charme) de James Bond: Vin Diesel é Xander Cage, um aventureiro “bad boy” tatuado e careca, que ganha a vida desafiando a morte em público. Ele é descoberto por um “olheiro” da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (Samuel L. Jackson), que o recruta – a contragosto – para uma missão em Praga, onde um espião fora assassinado pela original gangue “Anarquia 99”: movimento chefiado por um cruel ex-militar russo e sua bela e perigosa namorada, que têm como único objetivo destruir o mundo. Ou seja, uma anacrônica ressurreição da Guerra Fria.

Em Beijando Jessica Stein, Jennifer Westfeldt é a personagem-título, uma jornalista bem-sucedida de 30 anos, neurótica por não ter uma perspectiva amorosa à vista. O irmão noivo e a amiga grávida só agravam sua angústia. Aflita, ela resolve se abrir para novas experiências, e responde a um anúncio de jornal de uma lésbica.

Retratos de uma Obsessão conta a história de Sy Parrish (Robin Williams), um dedicado funcionário de um laboratório de revelação de fotografias. Solitário e perturbado, ele se dedica a corrigir imperfeições nos retratos de uma família que ele julga perfeita – a ponto de considerar uma agressão qualquer coisa ou pessoa que interfira na harmonia deles.

O curta-metragem de Marcos Jorge fala de um encontro banal entre um homem e uma mulher (Lui Strassburger e Malu Bierrenbach), e as dificuldades do relacionamento. O tempero está na forma de contar: os dois personagens conversam num idioma inventado, o “cinemês”, em que todas as palavras derivam de nomes e sobrenomes de personalidades do cinema ou títulos de filmes. Outro trunfo é a montagem, que faz o casal trocar de figurino dezenas de vezes, numa ilusão de continuidade. O resultado é cômico e inusitado.

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