O Grande Ditador. |
A morte de Charles Chaplin, considerado um dos grandes gênios do cinema, completou 25 anos nesta quarta-feira. Para homenageá-lo, a família do cineasta e ator britânico inaugurará, em 2005, um museu dedicado à vida e à obra do artista na casa onde ele morreu, na cidade suíça de Vevey, no Natal de 1977.
Responsável por clássicos como O Garoto e O Grande Ditador, Chaplin morreu aos 88 anos, depois de ter vivido por 25 anos em uma casa à beira do Lago Léman.
Chaplin foi um dos comediantes mais talentosos e amados de todos os tempos, principalmente por causa de seu mais ilustre personagem, Carlitos, o “adorável vagabundo”, criado a partir de várias comédias curtas.
Crítica e amor
Seu primeiro longa-metragem, O Garoto, de 1920, revelou sua simpatia pelos oprimidos. Nos filmes Em Busca do Ouro e Luzes da Cidade, Chaplin conquistaria para sempre o respeito da crítica e o amor do público.
Mas o advento do cinema falado não foi bem recebido por Chaplin, que não simpatizava com esta novidade tecnológica e, assim, começou a fazer filmes com menos freqüência. Ainda assim, novas obras-primas estavam a caminho como Luzes da Ribalta e Tempos Modernos.
Charles Chaplin só abandonou o cinema mudo para fazer um filme que mostrava o absurdo do nazismo e do fascismo: O Grande Ditador, de 1940. Adolf Hitler disse, na época, que Chaplin tinha falado demais.
Charles Spencer Chaplin foi roteirista, coreógrafo, dançarino, ator, diretor e compositor.
Gênio
Em entrevista, em 1952, com 40 anos de cinema no currículo, Charles Chaplin revelou como se sentia ao ser chamado de gênio. “Não sei exatamente qual seria a definição de ‘gênio’. Não acho que esta rotulação seja importante já que o que o público quer é ver algo bom, bem feito. Posso dizer apenas que nunca fiz nada que não achasse que fosse o meu melhor”, explicou Charles Chaplin.
Charles Chaplin se casou quatro vezes, inclusive com a atriz Paulete Godard com quem fez Tempos Modernos, entre outros filmes. Dos seus 11 filhos, a mais famosa é, sem dúvida, Geraldine Chaplin, atriz que já trabalhou com diretores como David Lean, Robert Altman, Carlos Saura e Pedro Almodóvar.
Eugène Chaplin, de 48 anos, quinto dos oito filhos que Chaplin teve com sua mulher Oona, e produtor de um documentário sobre o pai, descreveu a universalidade e atemporalidade de Carlitos, personagem imortalizado por seu pai.
“Carlitos é um eterno otimista, um humanista que combate os defeitos da sociedade. Ele não tem nada, mas luta para defender sua dignidade. Carlitos é um símbolo muito forte, especialmente hoje, em plena era da globalização”, disse Eugène Chaplin para o jornal suíço Le Matin.