Em 20 de novembro de 1695 morria Zumbi, líder do Quilombo dos Palmares. Um personagem histórico que representou a luta do negro contra a escravidão no período do Brasil Colonial. Ele morreu em combate, defendendo seu povo e sua comunidade.
Depois de tantos anos, a homenagem é mais do que justa, pois Zumbi foi o símbolo da luta contra o preconceito racial e a desigualdade de oportunidades entre brancos e negros, que acontece até hoje. Desde 2004, hoje se comemora no Brasil o Dia da Consciência Negra, feriado celebrado em 225 dos 5.561 municípios do País. Um dia dedicado a reflexão sobre a importância da cultura e do povo africano na formação da cultura brasileira, suas músicas, comidas, religião, costumes, valores, etc.
Em meio a isso, Schuma Schumaher e Érico Vital Brazil lançam amanhã, no Espaço Cultural Odelair Rodrigues, em Curitiba, Mulheres negras do Brasil, um livro que aborda de maneira inédita a história das mulheres negras brasileiras, desde sua chegada ao País até os dias atuais. A idéia do livro surgiu a partir da pesquisa para a elaboração do Dicionário Mulheres do Brasil, lançado em 2000, quando Schuma e Érico, também autores da referida obra, perceberam que muitas lacunas sobre a contribuição da população negra na construção do Brasil ainda precisavam ser preenchidas. Além das entrevistas e dos depoimentos colhidos, eles recorreram a diferentes acervos e documentos históricos.
São professoras, escritoras, deputadas, pintoras, doutoras, pintoras, atletas, maestrinas, compositoras, ativistas e militantes que desafiam o preconceito racial no Brasil. Do Paraná, há três mulheres homenageadas. Dra. Alaerte Leandro Martins, militante do Movimento de Mulheres Negras, doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo e que se dedica com especial atenção à saúde da mulher negra. Alaerte trabalha atualmente como servidora do governo do Estado do Paraná na 2.ª Regional de Saúde. Dalzira Maria Aparecida, mãe-de-santo e coordenadora do grupo União da Consciência Negra. ?Pra mim é um privilégio estar sendo homenageada neste livro e poder representar todas as mulheres negras do Brasil que estão no anonimato?, diz Dalzira que, como muitos negros, sofreu preconceito. ?Acho que ainda vai demorar muito para o preconceito contra o negro acabar, acho que vai mais um século. Já melhorou, mas ainda é muito forte, está muito estruturado na nossa cultura?. A terceira homenageada é a já falecida Odelair Rodrigues, atriz que estreou na década de 1950, sendo considerada uma das grandes damas do teatro paranaense.
Serviço
Lançamento do livro Mulheres negras do Brasil. Amanhã, às 18h30. Local: Espaço Odelair Rodrigues (Av. Sete de Setembro, 2434). Presença da autora Shuma Schumaher.